ATA DA CENTÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 14.09.1988.

 

 


Aos quatorze dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Segunda Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Adão Eliseu que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Centésima Primeira Sessão Ordinária e da Quadragésima Quinta Sessão Solene que, juntamente com a Ata da Centésima Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 05 Projetos de Lei do Legislativo nos 128/88 (proc. nº 1671/88), que cria o Sistema de Serviços de Transporte Coletivo de Passageiros de Porto Alegre e dá outras providências; 129/88 (proc. nº 1672/88), que modifica a Lei nº 5891, de 11 de maio de 1987, e dá outras providências; 130/88 (proc. nº 1673/88), que extingue as atuais permissões de transporte coletivo; 131/88 (proc. nº 1674/88), que institui ficha de controle de passageiros do transporte coletivo de Porto Alegre; 132/88 (proc. nº 1678/88) que modifica a composição do Conselho Municipal dos Transportes Urbanos, instituído pela Lei nº 3607, de 27 de dezembro de 1971, e dá outras providências; pelo Ver. Aranha Filho, 03 Pedidos de Informações, acerca de vantagens adquiridas por funcionários do Município; acerca da pavimentação da Rua Quatorze de Julho, no Bairro Boa Vista; acerca do retardamento da abertura da Rua Alfa, no Bairro Três Figueiras; pelo Ver. Ennio Terra, 02 Pedidos de Providências, solicitando reposição de lâmpada queimada na Rua 9, em frente ao nº 860, no Conjunto Costa e Silva, Bairro Rubem Berta; colocação de um ponto de luz na esquina da Rua Gramado com a Praça Frederico Westphalen; pelo Ver. Flávio Coulon, 01 Pedido de Informações, acerca do pagamento de impostos pelos supermercados que não possuem Carta de Habitação; pelo Ver. Hermes Dutra, 02 Pedidos de Informações, acerca da pavimentação (dentro dos padrões da SMOV) da Av. Dr. Luciano Raul Panatiere; acerca das áreas de propriedade do Município nos Bairros Sarandi e Rubem Berta; pelo Ver. Marcinho Medeiros, 01 Pedido de Providências, solicitando conserto de um abrigo de ônibus localizado na Av. do Forte, em frente ao nº 656; pela Verª Teresinha Irigaray, 01 Projeto de Resolução n° 47/88 (proc. nº 1972/88), que denomina Largo Dr. Alpheu Barcellos a área de uso especial circundante à sede da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Flávio Coulon e Jorge Goularte, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando ao período de Pauta e, a seguir, ao período da Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 143; 145; 119; 142; 144; 47/88; o Projeto de Resolução nº 46/88; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 13/88; os Projetos de Lei do Executivo nos 86; 84/88; o Substitutivo do Ver. Ennio Terra ao Projeto de Lei do Legislativo nº 118/88; o Substitutivo do Ver. Antonio Hohlfeldt ao Projeto de Lei do Executivo nº 79/88; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 83/88; o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 09/88: os Projetos de Resolução nos 42; 44/88; os Projetos de Lei do Legislativo nos 140; 141; 88/88; 97; 98; 100; 101/88. Após, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Flávio Coulon, solicitando que os processos nos 888, 1362, 1369, 1491, 1493, 1495, 1496, 1497, 1498/88, sejam votados em primeiro lugar; do Ver. Adão Eliseu, solicitando que o processo nº 1350/88 seja votado logo após o processo nº 1498/88. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 61; 103; 105/88; os Projetos de Lei do Executivo nos 60; 62; 64; 65; 66: 67/88. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 101/88, por quinze votos SIM contra doze votos NÃO, com Declarações de Voto dos Vereadores Aranha Filho, Hermes Dutra, Rafael Santos e Flávio Coulon, e as Emendas de nos 02, 03 e 04 apostas ao Projeto, por dezesseis votos SIM contra oito votos NÃO, tendo sido, as Emendas referidas, votadas em bloco, a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Hermes Dutra. O Projeto de Lei do Legislativo nº 101/88 e as Emendas a ele apostas foram discutidos pelos Vereadores Hermes Dutra, Adão Eliseu, Aranha Filho, Marcinho Medeiros, Flávio Coulon, Elói Guimarães e Antonio Hohlfeldt, encaminhados à votação pelos Vereadores Caio Lustosa, Raul Casa, Lauro Hagemann, Jorge Goularte, Cleom Guatimozim e Jussara Cony e submetidos à votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Jorge Goularte. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Hermes Dutra, solicitando que o processo 1075/88 fosse votado a seguir, tendo sido, esse Requerimento, encaminhado à votação pelos Vereadores Frederico Barbosa e Flávio Coulon. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi rejeitado o Veto Parcial aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº 31/88, por vinte e oito votos SIM, após ter sido discutido pelos Vereadores Nilton Comin, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Jorge Goularte, Aranha Filho e Antonio Hohlfeldt. Na ocasião, foi rejeitada proposta da mesa, de votação secreta para o Projeto de Lei do Executivo nº 31/88. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 13/88, mantendo-se o Veto Total a ele aposto, por dezenove votos SIM, após ter sido discutido pelos Vereadores Marcinho Medeiros, Frederico Barbosa e Flávio Coulon. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi mantido o Veto Parcial aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº 28/88, por dezoito votos SIM contra um voto NÃO, tendo sido votado em destaque e mantido o Veto Parcial aposto ao art. 58 desse Projeto, por dezessete votos SIM contra um voto NÃO. O art. 58 desse Projeto foi votado em destaque a Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, deferido pelo Sr. Presidente. O Projeto de Lei do Executivo nº 28/88 foi discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação esteve o Veto Total aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 26/88 que, após ter sido discutido pelos Vereadores Flávio Coulon e Werner Becker, deixou de ser votado em face da inexistência de “quorum”. Durante a Sessão, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Aranha Filho e Frederico Barbosa, acerca da ordem de votação dos projetos constantes da Ordem do Dia; dos Vereadores Caio Lustosa e Frederico Barbosa, acerca do prazo regimental de apreciação dos Vetos constantes da Ordem do Dia; do Vereador Aranha Filho, acerca da decisão tomada pelo Presidente da Casa, de que somente seriam votados projetos nas Sessões de quarta-feira. Os trabalhos foram prorrogados nos termos do “caput” do art. 85 do Regimento Interno, por proposta do Sr. Presidente, aprovada pela maioria dos presentes. Às dezenove horas e vinte minutos foi realizada nova verificação de “quorum”, registrando-se as presenças dos Vereadores Artur Zanella, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Flávio Coulon, Jussara Cony, Lauro Hagemann e Werner Becker. Constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Artur Zanella, Luiz Braz, Gladis Mantelli e Lauro Hagemann e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e lª Secretária.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Existe um primeiro Requerimento, do Ver. Flávio Coulon, que propõe que seja discutida a Pauta antes do Grande Expediente, e um outro do Ver. Jorge Goularte, que propõe que a Pauta ocorra em primeiro lugar.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): V. Exa. anunciou dois Requerimentos, do Ver. Flávio Coulon e do Ver. Jorge Goularte, e me parece que o primeiro coloca a Pauta em primeiro lugar, e o do Ver. Jorge Goularte inverte a ordem dos processos. Eu perguntaria, apenas, se existe algum Requerimento que fale em inverter a Ordem do Dia antes do Grande Expediente?

 

O SR. PRESIDENTE: Dos Requerimentos que temos aqui à Mesa, o único que fala em termos de inversão de Pauta é do Ver. Flávio Coulon, que requer que a Pauta seja discutida antes do Grande Expediente.

 

O SR. JORGE GOULARTE (Requerimento): Requeiro que a Ordem do Dia também o seja antes do Grande Expediente.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Então é Pauta em primeiro lugar e Ordem do Dia a seguir.

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): A minha pergunta é se já estão abertas as inscrições para a Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão abertas e fechadas. A Mesa tem dois Requerimentos que são excludentes. Em primeiro lugar, o Requerimento do Ver. Flávio Coulon, solicitando que a Pauta seja discutida antes do Grande Expediente e o Requerimento do Ver. Jorge Goularte, que propõe que a Ordem do Dia seja feita em primeiro lugar.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, me parece que o desejo do Ver. Jorge Goularte é a inversão da Ordem do Dia e, dentro da Ordem do Dia, primeiro a Pauta, segundo a votação dos projetos, ficando para o fim a área regimental dos pronunciamentos.

 

O SR. PRESIDENTE: O que eu tenho aqui, do Ver. Jorge Goularte, é Ordem do Dia em primeiro lugar.

Em votação o Requerimento do Ver. Flávio Coulon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento do Ver. Jorge Goularte. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Os demais Requerimentos que tratam da ordem da votação dos processos da Ordem do Dia serão votados no momento em que for encerrada a discussão de Pauta.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1888/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 143/88, do Ver. Aranha Filho, que denomina Rua Battistino Anele um logradouro público.

 

PROC. 1893/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/88, do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Graciano Camozzato um logradouro público.

 

PROC. 1906/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/88, do Ver. Lauro Hagemann, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. José Luiz Perez.

 

PROC. 1619/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/88, da Verª Gladis Mantelli, que declara de utilidade pública a Associação Professor Edmilson Morais Pereira.

 

PROC. 1844/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/88, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Francisco D. Bifano um logradouro público.

 

PROC. 1892/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/88, do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Antonio Maranghello um logradouro público.

PROC. 0831/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/88, do Ver. Lauro Hagemann, que declara de utilidade pública a Associação Cultural Quixote de Porto Alegre.

 

PROC. 1812/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/88, do Ver. Hermes Dutra, que transforma o parágrafo único em § 1º e acrescenta parágrafos 2º e 3º ao artigo 174 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, com a redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 16 de dezembro de 1986, e dá outras providências.

 

PROC. 1913/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 086/88, que cria e extingue cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada e no Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências.

 

PROC. 1563/88 – SUBSTITUTIVO, do Ver. Ennio Terra, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/88, do Ver. Lauro Hagemann, que denomina Terminal Turístico Presidente Salvador Allende o terminal de transbordo turístico.

 

PROC. 1687/88 – SUBSTITUTIVO, do Ver. Antonio Hohlfeldt, ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 079/88, que cria cargos no Serviço Público Centralizado do Município e dá outras providências.

 

PROC. 1871/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 084/88, que autoriza o Executivo a permutar imóvel de propriedade do Município de Porto Alegre, com outro de propriedade de Flávia Ferreira Jardim e outros.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1870/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 083/88, que autoriza doação de imóvel à Sociedade Espírita Dr. Ramiro D’Avila – Sociedade Civil Beneficente.

 

PROC. 1872/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/88, que altera os limites do Corredor de Comércio e Serviços 44, identificado no modelo espacial do Primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.

 

PROC. 1771/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/88, do Ver. Artur Zanella, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Coronel Cláudio Netto Di Primio.

 

PROC. 1819/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/88, do Ver. Artur Zanella, que cria a Linha de Ônibus Urbana Restinga-Centro, via Ipanema, Avenida Edvaldo Pereira Paiva e Beira-Rio.

 

PROC. 1820/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/88, do Ver. Artur Zanella, que cria a Linha de Ônibus Urbana Restinga-Centro, via Costa Gama e Bairro da Glória.

 

PROC. 1832/88 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/88, do Ver. Luiz Braz, que concede o titulo honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor João Carlos Machado Stabile.

 

PROC. 2065/85 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via pública.

 

PROC. 2066/85 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via pública.

 

PROC. 2068/85 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via pública.

 

PROC. 2069/85 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/85, do Ver. Valdir Fraga, que altera designação de via pública.

 

PROC. 1134/88 - PROJETO LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/88, do Ver. Hermes Dutra, que acrescenta parágrafos 1º, 2º e 3º ao art. 1º da Lei nº 5.824/86, que “dispõe sobre a fixação do horário de atendimento ao público nas instituições financeiras do Município de Porto Alegre”.

 

O SR. PRESIDENTE: Inscritos em Pauta, Ver. Flávio Coulon. Desiste. Frederico Barbosa. Desiste. Hermes Dutra. Desiste. Jorge Goularte. Desiste. Esgotada a Pauta.

O Sr. 3º Secretário procederá à chamada nominal para nova verificação de “quorum” para entrarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Sr. Presidente, há 22 Srs. Vereadores em Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”.

Requerimento de autoria do Ver. Flávio Coulon, que requer que a votação dos Processos 888, 1362, 1369, 1491, 1493, 1495, 1496, 1497 e 1498 sejam votados em primeiro lugar, antes do Projeto 429/88 e seguintes.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento de autoria do Ver. Adão Eliseu, para que o Processo 1350 seja votado em primeiro lugar na Ordem do Dia após o Projeto 1498. Este Requerimento está em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente, ao invés de uma Questão de Ordem, eu solicito um esclarecimento. O Requerimento do Ver. Jorge Goularte, solicitando para que seja analisado em primeiro lugar o Projeto referente ao HPS, como ficou entendido pela Mesa?

 

O SR. PRESIDENTE: Não há Requerimento do Ver. Jorge Goularte nesse sentido.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Sugeriria que V. Exa. colocasse imediatamente em votação o rol de processos aprovados no primeiro Requerimento e, a partir daí, através de Questões de Ordem ou qualquer discussão, fosse discutida a continuação da ordem, eis que o primeiro foi aprovado e estamos em condições de votar o rol dos processos apresentados pelo Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. PRESIDENTE: O primeiro e o segundo já foram aprovados.

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Como ficou organizado o art. 100 do Regimento Interno? Pergunto porque veto é analisado em primeiro lugar.

 

O SR. PRESIDENTE: A informação que se tem da Diretoria Legislativa é de que, como o Plenário fez alteração, vale a deliberação do Plenário. Passamos, de imediato, para o Processo nº 888/88.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 888/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/88, do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Padre Ignácio Rafael Valle um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 061/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1362/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/88, do Ver. Nilton Comin, que denomina Rua Pedro Anselmo Soster um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 103/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1369/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/88, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Milton Clarel de Azevedo um logradouro público.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 105/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1491/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 060/88, que denomina Rua José Roberto Fernandes um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 060/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1493/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 062/88, que denomina Rua Euclides de Almeida um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Werner Becker: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 062/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1495/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 064/88, que denomina Rua Antônio João Brugnera um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 064/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1496/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 065/88, que denomina Rua Orália Rodrigues Dutra um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 065/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1497/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 066/88, que denomina Rua Nascimento Soares de Araújo um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 066/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 1498/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 067/88, que denomina Rua Patrício de Matos Fernandes um logradouro irregular.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação; e

- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 067/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO – URGÊNCIA

 

PROC. 1350/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/88, do Ver. Adão Eliseu, que determina providências para a implantação de roleta especial em táxis-lotação. Com Emendas nos 02, 03 e 04.

 

Parecer Conjunto ao Projeto:

- da CJR, CUTHAB, CEDECON e COSMAM. Relator-Geral Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação;

 

Parecer Conjunto às Emendas nos 02 e 03:

- da CJR, CUTHAB, COSMAM e CEDECON. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação; e

 

Parecer Conjunto à Emenda nº 04:

- da CJR, CUTHAB, COSMAM e CEDECON. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação.

 

A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): O Ver. Hermes Dutra estava na tribuna no momento em que foi encerrada a última discussão, ocupando o tempo do Ver. Rafael Santos. Então, V. Exa. tem dez minutos para a discussão. O próximo inscrito é o Ver. Adão Eliseu.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu, na última discussão, na sexta-feira, contestei alguns dados que foram trazidos pelos Vereadores Elói Guimarães e Luiz Braz. Quero, hoje, nesta intervenção que, espero, seja a última, de vez que, pelo que andei colhendo por aí, o Projeto será aprovado, manifestar as minhas posições, pois para isso fui eleito, e as considero certas, embora muitos tenham o direito de achá-las erradas.

Houve uma Emenda – não lembro de autoria de quem – que tenta dourar a pílula, dizendo que a roleta não será obrigatória, que é facultada a colocação da roleta no ônibus. E pior ainda, foi dito aqui – como uma panacéia – como se fosse para atender ao usuário. Ora, quem é que quer a instalação da roleta? Segundo diz o nobre Ver. Adão Eliseu, na sua Exposição de Motivos: “Querem a instalação da roleta os permissionários do serviço, isto é, os donos dos táxis-lotação, os empresários; querem a instalação da roleta os empregados que trabalham nos táxis-lotação”. Ninguém foi perguntar se o usuário quer a roleta. Então, se diz o autor do Projeto que os permissionários querem e os empregados querem, colocar uma Emenda que é facultado, me parece que é uma perda de tempo, é uma perda de papel e, sobretudo, perda de oportunidade de apresentar coisas mais interessantes e, até, mesmo mais inteligentes, pois, se o autor do Projeto diz que querem os interessados diretos na operação do sistema para o facultário, então, é uma letra morta. É óbvio que vão colocar as roletas.

Então, nesta questão, que é uma questão muito pessoal, não é uma questão de Bancada, não sei quantos vão me acompanhar, talvez seja um voto solitário contra a roleta, mas vou votar contra porque acho o equipamento ruim para o usuário. Acho que, efetivamente, os senhores empresários precisam ter sistemas de controle, mas deveriam utilizar a criatividade para resolver esses problemas. Não cabe à Câmara resolver um problema de relação empregatícia, um problema de CLT, nós estamos aqui para legislar sobre o sistema de transporte, e o táxi-lotação tem demonstrado ao longo dos anos que é um serviço útil para a sociedade. Deve continuar, deve ser ampliado, inclusive, sou defensor da sua ampliação para que mais comunidades tenham acesso a este tipo de transporte. Agora, não posso, Sr. Presidente, concordar com a instalação da roleta, porque vai ser um empecilho para os usuários, as senhoras grávidas vão ter dificuldade para entrar nos táxis-lotação, as pessoas que andarem com pacotes vão ter mais dificuldades ainda, as pessoas no descer do táxi-lotação, como obrigatoriamente terá que ser colocado diante da escada porque não tem outro lugar. Portanto, fatalmente, irá ter um obstáculo à sua frente e um degrau para descer, o que lhe colocará em risco. Acho que os senhores permissionários de táxi-lotação, na tentativa de resolver um problema, estão, na verdade, uma situação que vai lhes trazer constrangimento porque ao longo da operação o usuário vai começar a reclamar, vai se tornar um usuário irritado, vai se tornar um usuário, exatamente, ao contrário daquele a quem foi destinado o serviço de táxi-lotação, isto é, aquele que pode pagar mais um pouco, viajar com mais tranqüilidade, num carro mais confortável, num banco mais confortável e para isso pagando uma tarifa maior. Respeitarei a decisão da Casa, mas devo dizer que é uma decisão equivocada e quero dizer, Sr. Presidente, que, ainda na sexta-feira, fui ali na Rua General Vitorino conversar com alguns usuários do transporte coletivo e devo dizer que não encontrei um que me desse posição favorável à instalação da roleta. Um ou dois mostraram-se indiferentes, digo por uma questão de justiça, mas a expressiva maioria dos que consultei manifestou-se contrária, achando – já acham que a forma como estão aquelas paradas já acham uma barbaridade e aproveitaram para fazer um monte de queixas: que é ruim, enche de gente, etc. Mas, acharam que isso vai decair a qualidade do sistema de transporte, nos táxis-lotação, o que é lamentável, e esta Casa vai colaborar com isso.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acompanho o seu raciocínio.

 

O SR. HERMES DUTRA: V. Exa. pode me ouvir, mas não acompanha o raciocínio.

 

O Sr. Elói Guimarães: Acompanho seu raciocínio, estou atento e observando seu raciocínio, ouvindo-o. Mas, veja que interessa ao poder permitente a colocação das roletas. Disse-o, em aparte feito a V. Exa. na Sessão anterior. Veja que essa modalidade de transporte tem características especiais, sem as quais se descaracteriza e desaparece. Uma delas, fundamental, objeto de grandes preocupações do órgão permissionário, no caso a SMT, é a colocação de passageiros em pé. A roleta, mesmo que V. Exa. assim não entenda, estabelecerá controles que interessam ao poder permitente. É o tipo de transporte de ponta, onde o usuário intermediário – temos esses levantamentos, estão à disposição de V. Exa. na SMT – é de pequena significação, são usuários de ponta, de terminal a terminal. Por isso, insisto com V. Exa. em que, ao poder permitente, interessa a roleta.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu respeito sua opinião. V. Exa. está completamente equivocado. Até achei que V. Exa. havia evoluído e reconheceria que a roleta impede a viagem de passageiros em pé, é brincadeira; é abusar da minha paciência em lhe dar aparte.

 

O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho que a preocupação do autor do Projeto, Ver. Adão Eliseu, no sentido de proporcionar um melhor controle, o número de passageiros transportados nos táxis-lotação, ela pode ser contornada, essa falha que hoje se verifica. Segundo se noticiou esta semana, existe um processo de aferição que não seja a roleta, foi divulgado há pouco que existe uma barreira de controle que pode ser célula fotoelétrica, que pode proporcionar este controle, sem o inconveniente danado da roleta.

 

O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O nobre Ver. Elói Guimarães fala tanto que o Poder Público quer a roleta que vou fazer uma emenda, que o Poder Público pague, que a Secretaria coloque nas lotações e que essa despesa não seja dada aos permissionários, que o Município que quer tanto deveria mandar um projeto, inclusive, o Poder Executivo. Porque me parece que pelo que o Ver. Elói Guimarães está dizendo, o Poder Público está desesperado pelas roletas. Então, seria o ideal que ele pagasse, isso tem custos, e tiraria do permissionário, que já gasta tanto com combustível e lucro pequeno, esta despesa. Esta emenda seria válida.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sou grato a V. Exa. O Ver. Elói Guimarães vem se somar àquela legião de pessoas que, depois que passam pelo Governo, tem solução para tudo, é impressionante, quando estava lá, não fez.

Mas, Sr. Presidente, vou encerrar, dizendo que em absoluto – porque senão vão vir os fofoqueiros dizendo que sou contra o táxi-lotação, ao contrário, sou plenamente a favor, fui usuário, e pretendo continuar sendo, não uso hoje por uma questão de colocação de residência e ponto de táxi-lotação. Acho que o sistema deve ser aprimorado, deve ser ampliado, e já estou providenciando num projeto de lei em relação a isso, para que tenhamos mais linhas de táxis-lotação, para atender aos reclamos da população.

Agora, colocar roleta nos táxis-lotação, com as desculpas dadas até agora, até aqui, só tem uma que não concordo e que é verdadeira, de que vai resolver o problema do táxi-lotação. Isto é uma verdade. Mas vai complicar a vida do usuário. E, entre o usuário e o permissionário, fico com o usuário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito, Ver. Adão Eliseu.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho até que a pessoa pode discordar, eu acho bom discordar, porque isso é próprio da democracia. O conflito de idéias gera, geralmente, um resultado positivo, e mesmo que não seja positivo é um resultado democrático. Eu acho que, no encontro de idéias contrárias, a própria dialética nos dá a solução. Mas, por outro lado, vir à tribuna, achar que o Projeto não é inteligente, não é importante, me faz lembrar aqueles dois tipos de criaturas humanas: o tipo que ataca veementemente e outros através da palavra macia, educada, mas ataca.

Eu tenho visto projetos que são menos inteligentes do que esse, e sendo apresentados e aprovados, com todo o respeito, nesta Casa. Acho que pode, V. Exa., até discordar do Projeto, achar que não é bom, mas ir a fundo, achar que o autor do Projeto não foi inteligente ao apresentá-lo é ofender não somente o proponente do Projeto, como a comunidade que lhe solicitou que apresentasse o Projeto. E nesse caso me foi possível ouvir somente duas partes: os proprietários de táxi-lotação e alguns motoristas. Ambas as partes concordam com o Projeto, pediram.

E eu, Vereador, eu represento o povo, não represento os empresários, eu não represento somente o trabalhador. Eu represento o povo que não tem tribuna, e se aproveita de um Vereador para usar da tribuna e dizer aquilo que ele pensa. Esse foi o meu papel.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. está incorrendo num erro, eu só queria corrigir.

 

O SR. ADÃO ELISEU: V. Exa. sabe muito bem que eu até nem tenho muitas relações com empresários, mas achei...

 

O Sr. Hermes Dutra: É que depois V. Exa. vai ter que me pedir desculpas e eu não vou aceitá-las.

 

O SR. ADÃO ELISEU: E eu vou ficar muito chateado.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. disse que ofende o que eu disse sobre a inteligência do Projeto. Eu diria que o que ofende aos meus ouvidos é ouvir isto de V. Exa. Eu não disse que o seu Projeto não era inteligente. V. Exa. não ouviu, não estava prestando atenção, talvez porque eu não merecesse atenção. O que eu disse que não era inteligente, e repito, é a Emenda apresentada, que torna facultativo. Isto eu disse e assumo: não é inteligente essa Emenda. Em nenhum momento, eu disse que o Projeto não era inteligente! É que V. Exa. não me ouviu, Vereador. Mas a Emenda, tornando facultativo, eu repito que é uma Emenda não-inteligente. Não sei nem de quem é, nem cheguei a olhar.

 

O SR. ADÃO ELISEU: É minha.

 

O Sr. Hermes Dutra: Ah, é de V. Exa.? Pois é, lamentavelmente, V. Exa. apresentou uma Emenda não-inteligente, porque tornar facultativa uma coisa que o proprietário quer, que o motorista quer, que é quem pode colocar, V. Exa. há de convir comigo que todos vão colocar.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Nem todos.

 

O Sr. Hermes Dutra: Mas então nem todos querem! E, por isso, abusando do seu aparte, V. Exa. diz que representa aquele que não tem voz, que não tem tribuna, mas eu também, Vereador! Eu estou falando! V. Exa. fala em nome dos 400 proprietários e dos 500, 600, 800 motoristas, e eu estou falando em nome dos 100 mil que usam o táxi-lotação e não têm tribuna! Estou falando em nome deles, Vereador.

 

O SR. ADÃO ELISEU: V. Exa. deve estar com idéia preconcebida! Eu não vi ninguém nesta tribuna, até hoje, reclamar da roleta dos ônibus! Eu não sei se porque os empresários de ônibus são mais poderosos, têm mais força – não sei se é por isso – e os modestos empresários, donos de 1 ou 2 ou 3 táxis-lotação não têm a representatividade que têm os empresários de ônibus nesta Casa. E é por esta razão que eu venho a esta tribuna defender modestos proprietários de táxi-lotação. Não vim nunca a esta tribuna defender os grandes proprietários de linhas de ônibus, porque estes, sim, têm o poder de fazerem alguns políticos calarem a boca perante alguns interesses que pululam por este País.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adão Eliseu, eu estava ouvindo o aparte do Ver. Hermes Dutra e não posso me calar. Eu louvo sempre a inteligência do Ver. Hermes Dutra, mas eu acho que o Ver. Hermes Dutra não conhece todas as partes deste processo que culminou com V. Exa. apresentando este Projeto para a colocação da roleta. O que dá a possibilidade de os permissionários formarem as empresas é exatamente aquela possibilidade de transferência que está no Decreto e que, depois, também está no Projeto de minha autoria que tramita nesta Casa. Existem muitas pessoas que não vão se interessar pelas empresas, que têm só um carro. Então, não têm o porquê de formarem empresas. Por isto mesmo, estas pessoas não vão querer colocar em seus carros, porque são só eles que dirigem, as roletas. Somente aqueles que estão formando empresas é que precisam ter uma forma de controle. Esta Emenda, de autoria de V. Exa., que dá opção da colocação da roleta, é uma Emenda muito importante neste processo. É uma das Emendas mais importantes neste processo e que torna o Projeto melhor ainda. Eu acho que falta ao meu inteligente amigo Hermes Dutra um conhecimento total do processo que culminou com a apresentação do Projeto da roleta.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Realmente eu não entendo a objeção do Ver. Hermes Dutra no que se refere a esta Emenda. Pode até discordar do Projeto, mas esta Emenda completa o Projeto. E quero informar que esta Emenda foi sugerida pelo Presidente da Associação, que deve estar presente aqui, Presidente da Associação dos Motoristas de Táxi-Lotação. Porque, como disse o Ver. Luiz Braz, usa quem quer. Se eu sou dono de um táxi-lotação apenas e eu sou o motorista, por que eu vou instalar uma roleta, se eu mesmo controlo o movimento de passageiros? Então, me pareceu excelente a sugestão do Presidente da Associação e, por isso, a colocamos no Projeto.

 

O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A nossa intervenção é no sentido de que V. Exa. aperfeiçoe o Projeto, eliminando o art. 3º do mesmo, tendo em vista a Emenda nº 02, de autoria de V. Exa. Não pode sair o Projeto, facultando a instalação da roleta e dando o prazo de 90 dias, pois, se eu não quero colocar dentro de 90 dias, posso colocar nos 120, 150 dias... Agora, cabe à SMT fiscalizar que tipo de roleta, a fim de que não venha a prejudicar os usuários dos táxis-lotação. Este é o nosso pensamento e receba como contribuição para o aperfeiçoamento do Projeto.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Nobre Vereador, me parece importante a colocação de V. Exa. No art. 2º do Projeto, estabelecemos que a aprovação da roleta estará a cargo da SMT.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adão Eliseu. V. Exa. disse que, ao aprovar este Projeto, usaria quem quisesse a roleta. Eu lhe confesso que fico com extrema dificuldade de votar uma lei nestas condições, já que entendo como lei, lei para todos. Eu não tenho condições de votar uma lei opcional, usa quem quer. De forma que, acredito, inclusive, que este artigo esteja prejudicado neste sentido, já que, tendo esta conotação opcional, esta Emenda prejudica por completo o Projeto de V. Exa., no meu modo de entender, já que jurista não sou.

 

O SR. ADÃO ELISEU: V. Exa. pode votar no Projeto e não votar favoravelmente à Emenda, não é um artigo do Projeto.

Concluindo o meu pronunciamento a respeito do Projeto, eu quero agradecer ao Ver. Wilton Araújo, que me ofereceu o tempo, mas eu sinto que não será necessário. E concluo, dizendo que o Projeto interessa ao proprietário do táxi-lotação, mas também interessa ao motorista.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Hermes Dutra.)

Nós não podemos, nem V. Exa. nem eu teremos condições, V. Exa. por ter argüido duas ou três pessoas, agora, solicitar informações dos porto-alegrenses, fazer um plebiscito para ver se é interessante a roleta...

 

A SRA. PRESIDENTE: Ver. Adão Eliseu, o tempo de V. Exa. está esgotado, porém, o Ver. Wilton Araújo inscreveu-se e, se os demais Vereadores que estão inscritos antes do Ver. Wilton Araújo concordarem, V. Exa. permanecerá na tribuna por mais dez minutos. Os Vereadores inscritos são os Vereadores Marcinho Medeiros, Aranha Filho, Nilton Comin e Cleom Guatimozim. Se estes concordarem, V. Exa. tem mais dez minutos. (Os Vereadores assentem com a cabeça.)

V. Exa. tem mais dez minutos, Ver. Adão Eliseu.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Eu agradeço mais uma vez ao Ver. Wilton Araújo.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com todo o respeito, eu acho que V. Exa. comete um erro ao querer juntar, ao invés de reconhecer o meu direito de dar opiniões, querer juntar o problema do táxi-lotação com o da roleta de ônibus, como se eu tivesse a ver com roleta de ônibus. Não tenho nada a ver com isto. V. Exa. põe em cima de meu pronunciamento que nunca viu ninguém reclamar contra a roleta dos ônibus. Então, vou refrescar-lhe a memória. Há uma Lei de minha autoria, que proibiu a roleta em táxis-lotação, que eram exatamente usadas pelas empresas de ônibus que tinham lotações. Disseram-me outro dia, nos corredores desta Casa, alguns permissionários que, hoje, eles não têm mais, que venderam. Eu confesso que não sei, não tenho acesso a esses dados, mas estou informando a V. Exa. que, na época, já enfrentei os proprietários de ônibus. A Empresa Trevo tinha uma linha completa com roletas, e elas foram retiradas em função de uma Lei de minha autoria, mas acho que não tem nada a ver alhos com bugalhos, confundir a obra do mestre Picasso com o trabalho de mestre-de-obra, há muita diferença. Mas me dei o trabalho de conversar com usuários, não com todos, agora, se V. Exa. conversou com usuários, e eles disseram que são a favor, devo dizer que V. Exa. encontrou alguns diferentes dos que eu encontrei. Estive em 8 filas de lotações, e disse que encontrei 2 ou 3 indiferentes, mas não encontrei um que se manifestasse a favor da roleta, assim como V. Exa. calcula que tenha falado com 400 donos, e, sim, com uma comissão representativa. Então, está aí, V. Exa., e eu respeito isso, não sou contra, apenas expus o meu ponto de vista. V. Exa. defende uma idéia que acha que é certa, e eu defendo a que acho ser a certa. V. Exa. tem razão em achar que os usuários estão errados em não querer a roleta.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Não afirmei isso; os que foram consultados por mim, na sua maioria, foram indiferentes, como são indiferentes às roletas na entrada do cinema, já estão acostumados ao uso, às filas, no futebol, somos seres organizados, somos uma sociedade que caminha para uma maior organização; se formos à Europa, tenho certeza de que V. Exa. não foi lá como eu, mas deve ter lido a respeito, constatamos que a Europa é superorganizada, que, para atravessarmos uma rua, há regras, coisas que não acontecem no nosso País. Acho que essas pequenas coisas nos encaminham para o aperfeiçoamento das nossas vidas; parece pequeno, parece um Projeto insignificante, parece um Projeto pouco inteligente.

 

O Sr. Hermes Dutra: Não acho pouco inteligente o Projeto, agora a Emenda sim, uma delas, a que torna facultativo, diz que é do Ver. Raul Casa.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Nem todos têm o privilégio de nascer com um QI mais alto, cada um faz o que pode e cada um recebe de determinada forma as solicitações dos segmentos sociais que representa. Eu represento, posso dizer, parte do povo porto-alegrense. Sou Vereador. Não tenho muitos votos. Sou Vereador de cinco mil votos e faço votos em todas as urnas de Porto Alegre. É um pinga-pinga tremendo, mas faço.

Agora, não represento um segmento social, apenas. Eu, como representante do povo, ao receber uma solicitação, vou estudá-la. Tenho certeza de que V. Exa. faz a mesma coisa. E achei importante, interessante o pedido, a solicitação destes dois segmentos da sociedade, destes dois tipos de trabalhadores. Quer dizer, os donos, os proprietários dos táxis-lotação e os motoristas que às vezes sofrem desconfiança por parte dos seus patrões, por, num determinado momento, fazerem uma corrida num horário infeliz, vamos dizer assim, numa linha não muito boa, num horário não muito bom, fazer uma corrida com poucos passageiros. Cria um problema de desconfiança entre patrão e empregado. Parece-me que a roleta, na falta de um elemento melhor, de um instrumento melhor, mais adequado, acho que esta roleta e este tipo de roleta que nós sugerimos, com duas hastes, me parece bastante adequado. Por enquanto, é a melhor coisa que vimos por aí. De forma que eu acho, Srs. Vereadores, que não há necessidade de explicarmos tudo aquilo que já foi explicado desta tribuna, a não ser dizer que este aparelho ele aperfeiçoa a conivência entre o patrão e o empregado.

O próprio criador dos mundos, do macrocosmo não fez as coisas conforme nós queríamos. O próprio Jesus Cristo, V. Exa., que é um homem religioso, sabe muito bem que não conseguiu contentar a todos. De projeto em projeto, de momento após momento de estudo que nós vamos chegar à perfeição. A própria verdade é relativa, e a soma das verdades nos dará a verdade absoluta.

O Projeto pode não ser perfeito, mas cria um clima muito melhor entre motoristas e patrões. Criando essa harmonia, o usuário viverá também esses momentos de conforto e viajará com tranqüilidade porque patrões e empregados estarão satisfeitos; ninguém está desconfiado com o outro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Sr. Ver. Aranha Filho é o próximo inscrito.

 

O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O Projeto de autoria do Ver. Adão Eliseu, Processo nº 1350/88, em discussão e votação nesta tarde, traz a este Vereador alguns problemas de ordem técnica e, já citados, de ordem jurídica. Dizia eu ao autor do Projeto, em aparte, que tenho extrema dificuldade de votar o mesmo, já que uma Emenda torna opcional o uso de roleta. Estaria o proprietário do veículo, ao seu bel-prazer, colocando ou não a roleta. Algumas das lotações teriam roleta, outras não. Fácil saber, portanto, que aqueles veículos que estivessem com roleta seriam veículos de frota, que o motorista não seria o patrão deste mesmo veículo.

Em projeto anterior analisado por esta Casa, nós debatemos e por Emenda do Ver. Hermes Dutra aconteceu a votação da proibição do uso da roleta em táxis-lotação, motivado pelo curto espaço nos corredores e de difícil acesso, portanto, dos usuários a este veículo. Ao mesmo tempo, sentimos a necessidade e por isso tem mérito o Projeto do Ver. Adão Eliseu. Entre parênteses, tem méritos, porque disse o Ver. Elói Guimarães num aparte que o que interessa é a roleta. Não! O que interessa é o controle, o que interessa é o controle e não a roleta e, numa Emenda de minha autoria, que proibia o uso da roleta, nós lembramos a este Plenário e aos Srs. Vereadores que estamos no fim do século XX e adentrando no século XXI e onde o computador, onde as modernas técnicas estão à nossa disposição, estão à disposição do homem e, há dois ou três anos atrás, nós víamos que os controles de todos os veículos e em diversas situações, por exemplo, já citadas desta tribuna em estádios de futebol, eram as roletas, muito usadas até o dia de hoje no Brasil, mas sabemos que existem outras maneiras e, naquela ocasião da votação, lembro muito bem que aviltávamos a hipótese que por peso, por peso superior a 30kg, ao pisar no degrau do táxi-lotação, se faria o registro de mais um passageiro naquele carro. Aí surgiu, portanto ou então, o problema de que usuários menos avisados subiam no degrau para perguntar se esse carro iria ou não para determinada rua, ou para determinado bairro e acionava o numerador e fazia com que o motorista fosse obrigado a pagar ao patrão no final do dia. Mas isso ocorre. Mas os menos visados não são tantos. Isso ocorre e deu para notar e deu para uma avaliação pessoal se por acaso esse mesmo peso fosse colocado, ou esse mesmo sistema de peso fosse colocado no primeiro degrau. Mas no segundo degrau nenhum menos avisado sobe até o segundo degrau para perguntar ao motorista se vai ou não. Ficou na celeuma, no diz-que-diz se 30 quilos eram o peso ideal ou não. Mas esta semana, como bem frisou o Ver. Caio Lustosa, a empresa divulgou outras técnicas e até estavam colocando à disposição a célula fotoelétrica para controle de passageiros em veículos, sistema esse já usado pelos táxis-lotação, em algumas situações e dizia que, quando andava contra o sol, o sol ofuscava a célula e esta não marcava o número de passageiros. Mesmo assim, meu caro Ver. Adão Eliseu, eu avoco, neste momento, o bom senso; o bom senso e inclusive oferecer a V. Exa. que, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ou ligado a ela, existe um clube de inventores, existe uma situação, ou existe até uma possibilidade de que a própria Universidade ou outros inventores atentem para o detalhe. Eu, por exemplo, naquela ocasião, momentaneamente, tive aquela idéia: eu não parei para pensar, porque não era este o meu objetivo, aqui na Câmara, resolver um problema específico como tal. Mas calculo que algumas cabeças, parando para pensar durante 24 horas, 36 horas, 72 horas, colocariam à disposição tanto dos permissionários das linhas, como dos motoristas e da população, um sistema que possa realmente controlar o número de passageiros, pelo que eu peço a V. Exa. que, regimentalmente, retire esse Projeto, para que se possa melhor analisá-lo. E digo mais, estive no táxi-lotação onde está instalada a roleta que V. Exa. solicita, mediante Projeto de Lei, que seja aprovada por este Plenário. A entrada no carro, passando pela roleta, em nível de solo do carro, é tranqüila – deixou de ter 4 lados para ter 2 lados, inteligente a solução – é maravilhosa, não daria problema para senhoras grávidas ou senhoras com pacotes, porém a descida é perigosa, porque a segunda roleta bate nas pernas de quem desce, porque tem um degrau logo em seguida. E, na primeira discussão, aqui, na Casa, eu pedi ao nobre Vereador que nos trouxesse a roleta aqui para sentirmos como é. Então disse, o nobre Vereador inventor do Projeto, que era uma roleta ainda em estudo, que não era o produto acabado. Eu não posso votar um produto em estudo, eu quero votar um produto acabado, para eu sentir realmente o que poderá ocorrer.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Aranha Filho, V. Exa. teve a oportunidade de verificar que na frente da Câmara Municipal está instalada uma roleta como exemplo num microônibus, num táxi-lotação e tenho a impressão de que na semana passada V. Exa. já a examinou. Esta é apenas uma sugestão. Eu quero informar V. Exa. que eu não fiz a apologia de um tipo de roleta para não ser acusado de defender um determinado fabricante. V. Exa. me acusaria se eu fizesse isso, tenho certeza...

 

A SRA. PRESIDENTE: Ver. Aranha Filho, V. Exa. passa a falar no tempo do Ver. Ignácio Neis, com a concordância dos demais Vereadores.

 

O Sr. Adão Eliseu: Eu quero resumir a V. Exa. as razões pelas quais eu não apresentei o tipo ideal de roleta e não compete a nós, Vereador, salvo melhor juízo, e V. Exa. pode, até, conhecer melhor o assunto do que eu justamente por ser engenheiro, ter mais noção da situação, ter uma vivência maior nesse universo de coisa, porém eu tomei o cuidado, na intenção de ser honesto comigo mesmo, de não indicar um tipo ideal de instrumento fabricado por um determinado empresário. Vereador, já andaram dizendo que eu estava defendendo o patrão com este Projeto. Se eu apresentasse o tipo ideal...

 

O SR. ARANHA FILHO: Vereador, só para não deixar passar em brancas nuvens, eu quero dizer que seu Projeto tem mérito e em nenhum momento disse que não teria, portanto, ele exige que se tenha algum controle. O que eu quero dizer, nobre Vereador, é que eu me sinto com dificuldade de votar o Projeto porque eu não conheço a roleta ideal. Entendo que exige controle, não resta a menor dúvida, para satisfazer o patrão, empregado e usuário, porque, se houver controle, certamente haverá possibilidade, inclusive, de redução de tarifa. Então, veja, nobre Vereador, não estou contestando, estou contestando esta roleta que está aí. Vejo que V. Exa. não está advogando a causa desta roleta, motivo pelo qual estou solicitando a V. Exa., autor do Projeto, que, regimentalmente, retire o Projeto por alguns dias. Nobre Vereador, convido V. Exa. a estar no carro com esta roleta instalada, e veja que na entrada não existe problema nenhum, nem para as senhoras grávidas, mas na saída, na descida, tem problemas, porque bate a segunda perna da roleta, bate nas pernas do usuário, em descida, em degrau. O que quero é que me apresente uma roleta que não aconteça o repasse no final, e aí eu teria condições de aprová-la, independente do fabricante “a”, “b” ou “c”.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. tem muita inteligência para se compreender o que está se querendo votar. Na verdade, está se discutindo o uso da roleta e não o tipo de roleta que vamos usar.

 

O SR. ARANHA FILHO: Então, sou contra a roleta. O que quero dizer é que quero aproveitar o Projeto de Lei de V. Exa. para não reprovar a idéia, que tem mérito.

 

O Sr. Adão Eliseu: Mas gostaria de que V. Exa. votasse conosco. Quero lembrar a V. Exa. que não poderia indicar um tipo de roleta, indico apenas o uso da roleta. A SMT é que vai escolher o tipo especial de roleta que cito no Projeto. eu não poderia, nem V. Exa. faria isto, indicar um tipo de roleta que poderia ser fabricação minha.

 

O SR. ARANHA FILHO: Nobre Vereador, não, em primeiro lugar, o uso da roleta é antipático, em segundo, existem outras maneiras de controles que não o uso da roleta. Se é isso que estamos votando, lamentavelmente, serei obrigado a votar contra. Quero aprovar, porque necessita, o povo exige um melhor controle, mas não tenho condições de votar essa roleta, melhor, essas que andam por aí. Não há como aprová-las.

 

O Sr. Adão Eliseu: O meu Projeto se refere ao uso da roleta. Apresentei uma sugestão, pode não ser a aceita por V. Exa.

 

O SR. ARANHA FILHO: Claro, por isso esta Casa é democrática. Não existem condições de aprovar o seu Projeto e não aprovar a roleta. No exato momento em que eu estiver aprovando o seu Projeto, estou aprovando a roleta.

 

O Sr. Adão Eliseu: Em absoluto. A SMT vai estudar vários tipos de roletas. Esse não é o papel do Vereador.

 

O SR. ARANHA FILHO: Mas quais são as roletas à nossa disposição, hoje, no mercado? Essas que todos conhecemos. Essas são anteparos para o usuário. O que eu quero chamar a atenção é o uso do bom senso, pois podemos resolver esse problema, num maior controle, usando as cabeças pensantes, usando o que temos à disposição. A UFRGS, a PUC-RS, por suas Escolas de Engenharia, têm toda a possibilidade de oferecer alternativas. Um particular, na semana passada, no jornal, mostrava a alternativa, foi usada? Não. Peço tempo, mais 15 dias não vai causar problema algum. Quanto tempo estão sem roleta? Há mais de 2 ou 3 anos, desde quando foi implantado o sistema, aliás, maravilhoso sistema alternativo de transportes. Então, é exatamente nesse sentido, nobre Vereador, usando o bom senso, é que peço a V. Exa. que retire o Projeto, já que regimentalmente é possível, para que não se perca o Projeto, a essência do Projeto, é fundamental que se retire o Projeto.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para colaborar com V. Exa., eu gostaria de que V. Exa. conversasse, e é possível até que já o tenha feito, com alguns proprietários de táxi. Queria que V. Exa. examinasse, sentisse as dificuldades dos proprietários e as pressões que estão sofrendo das empresas de ônibus. A linha do Menino Deus não tem alvará, ainda, e a população quer e deseja essa linha.

 

O SR. ARANHA FILHO: Mas é um problema da SMT, não é nosso, desta Casa.

 

O Sr. Valdir Fraga: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós estamos ouvindo, atentamente, desde sexta-feira, os pronunciamentos, mas, se não fosse um Projeto bom, não teria passado inclusive pelas Comissões. Tem pareceres favoráveis.

Agora, V. Exa. tem toda razão, o Projeto é referente à roleta, aprovando a roleta. Dentro da regulamentação da Lei, junto à SMT, o seu corpo técnico pode nos indicar a roleta capaz para o uso dos usuários e também dos proprietários dos veículos. Eu posso votar o Projeto e não votar as Emendas, a SMT que nos encaminhe a roleta que favoreça os usuários.

 

O SR. ARANHA FILHO: Nobre Vereador, V. Exa. vá me desculpar, mas V. Exa. faz parte do Governo Municipal, e eu diria que eu sou apenas um Vereador, não fiz parte de governos municipais, fiz por breve espaço de tempo – e então diria que me posicionei mais no corpo Legislativo e tento fazer as leis, visando ao Poder Legislativo e não me preocupo com a regulamentação das leis pelo Poder Executivo. Entendo ser necessárias, mas não me preocupo. Por exemplo, temos uma série de leis votadas por esta Casa que foram regulamentadas pelo Executivo e, porém, não são usadas. Isto tenho algumas de minha autoria e estou bastante preocupado inclusive, pensando que isto poderia até causar um “impeachment” do Sr. Prefeito. Mas, nós, incorporando o dever de Vereador, até como juramento, o dever de Vereador, entendo eu que devo legislar e olhar as coisas pelo lado do Legislativo e não olhar o problema do Executivo. O que vai fazer a SMT com a aprovação desta Lei? Sinceramente, acredito até que faria não tão bem, com a análise que estamos fazendo agora, porque a alternativa é roleta e iriam adaptar uma roleta à disposição do usuário, que eu calculo seria extremamente antipático. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Marcinho Medeiros.

 

O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, controlar a vida das pessoas é a coisa mais difícil que existe. Ninguém gosta de ter a vida controlada, mas o controle, às vezes, é um mal necessário, por isso votarei a favor do Projeto de Lei do Vereador, porque o próprio controle dos meios de transporte evita outros gastos que, muitas vezes, o Município de Porto Alegre tem, para ver o fluxo de passageiros. Acho que, se a roleta incomoda um pouco o passageiro no táxi-lotação, ela também incomoda no ônibus. O Projeto não diz o tipo de roleta. A SMT, ouvindo os setores envolvidos neste controle que se faz necessário, até porque o patrão não vai duvidar da honestidade do seu empregado, o empregado terá mais estabilidade na sua função com relação ao número exato ou não exato de passageiros. Então, sob o ponto de vista legal, quem vai tornar isto legal seremos nós ao aprovar o Projeto. E digo mais ao Ver. Adão Eliseu, votarei contra a Emenda que torna opcional este tipo de roleta, porque vai haver, dentro do mesmo tipo de transporte, uma discriminação que poderá causar até constrangimento nas categorias que trabalham, tanto motoristas como proprietários motoristas e empregadores. Acho que, se nós dermos um tratamento a este tipo de coisa, nós não podemos fazer discriminação, porque a discriminação é uma coisa muito perigosa e poderá, mais tarde, criar uma série de atritos, inclusive aos permissionários e àqueles que estão envolvidos, trabalhando, servindo à população.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para perguntar a V. Exa. se compete à Câmara Municipal, segundo entendimento de V. Exa., resolver um problema entre patrão e empregado.

 

O SR. MARCINHO MEDEIROS: Eu acho que problema entre patrão e empregado, existe a Consolidação das Leis do Trabalho, que criou a Justiça do Trabalho. É um problema da Justiça do Trabalho. Agora, compete à Câmara Municipal criar instrumentos para que o serviço prestado à sua população seja da melhor qualidade possível e, inclusive, com controle sobre este serviço prestado. Por que, hoje, Porto Alegre tem a passagem mais cara do País? Porque em alguns setores não há controle nenhum. Então, se a SMT controlar também as roletas, os veículos, ela poderá economizar e estabelecer um serviço de boa qualidade para a população.

 

O Sr. Flávio Coulon: Então, V. Exa. acha que colocar a roleta melhora a qualidade do serviço?

 

O SR. MARCINHO MEDEIROS: Melhora a qualidade do serviço na medida em que o serviço poderá ser mais acessível à população e mais economicamente viável. Além do mais, o táxi-lotação que serve a uma população, ou por motivos econômicos pode viajar diariamente, ou por motivos que eles se obrigam a viajar – porque são empregados e o patrão manda – mais ligeiro para o Centro, ele presta um serviço inestimável à população de Porto Alegre, e um serviço de qualidade bastante semelhante até ao do automóvel. Se aprendermos a deixar os nossos automóveis em casa e usarmos mais o táxi-lotação, nós teremos as ruas menos entupidas de veículos. O que Porto Alegre sofre é, principalmente, devido à sua planta, pois em determinadas horas todos os carros se dirigem para um determinado lugar. Depois, em outra hora, todos os carros usam a mesma via e voltam para o outro lugar. Então, com o tipo de Centro que nós temos, que não permite abrir o Centro para todos os lados da Cidade, porque o Guaíba coloca uma barreira natural, nós temos que nos conscientizar de que nós temos que servir o melhor possível à população em matéria de transporte. Mas o controle que hoje se exerce sobre a população é um mal necessário. A pessoa, ao usar o serviço, sabe que está sendo controlada para proteger a ela própria, para evitar depois, mais tarde, quando forem pedidos aumentos de passagem, que digam que o número de passageiros é insuficiente, etc., etc. Então, a Prefeitura terá instrumentos na mão para poder controlar, também, o número de passageiros. Mas isto não impede em nada a qualidade do serviço. Ela mantém a qualidade do serviço porque o passageiro, ao entrar no táxi-lotação, está sujeito a todo o tipo de sorte que também tem o passageiro de ônibus. É só a roleta que vai incomodar? Eu acho que não. A roleta é um instrumento de controle que protege, inclusive, os seus interesses. Colocar o pé no degrau qualquer um faz. Então, é um tipo de roleta que não daria, mas existem outras mais modernas, eu tenho certeza.

Existem órgãos públicos que defendem o consumidor e, mal ou bem, o passageiro é um consumidor do meio de transporte, é ele que torna o transporte viável, também poderia ser consultado, juntamente com os técnicos da SMT. Eu acredito que a nossa Secretaria dos Transportes tenha meios suficientes para colocar, o melhor possível, uma roleta que controle até manualmente, se for o caso, o passageiro ao entrar, e ele pode levar a mão numa determinada alavanca ou botão e registrar a sua passagem ali dentro do veículo. A forma como vai ser registrado, a própria Lei dá o direito, conforme as Emendas no Projeto, e também diz no Projeto: “...as roletas referias no art. 1º deverão ter o número de braços e dimensões, adequadas às do veículo, mediante aprovação da SMT”. Vejam que a qualidade da roleta é responsabilidade da SMT; agora, se a roleta vai funcionar de forma adequada, tenho certeza, a SMT fará uma concorrência pública, para os que possuem os instrumentos na mão, colocar à disposição dos empresários, dos proprietários de táxi-lotação, para que eles possam colocar a roleta mais adequada possível no seu veículo. Portando, ao defender o Projeto de Lei, fico com o Projeto, sendo contrário à Emenda nº 02, que faculta a utilização, porque sou contrário a dois pesos e duas medidas a um determinado serviço, é muito perigoso, pois estaremos abrindo um caminho de discriminação que poderá, mais adiante, manter uma desunião entre as categorias profissionais envolvidas no setor de transporte de táxi-lotação de Porto Alegre.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite? (Assentimento do orador.) Francamente, estou admirado com o discurso de V. Exa., já que, normalmente, nós discordamos, e, hoje, vejo, feliz, que V. Exa. traz, a esta tribuna, uma série de esclarecimentos que faltaram a nós, outros, que estivemos nessa tribuna, tentando convencer os colegas a aprovarem o Projeto. Quero me congratular com o discurso de V. Exa., mas também quero informar que a Emenda nº 02 completa e corrige o Projeto. A intenção é esta: se o motorista, o proprietário do táxi-lotação não precisa de controle, portanto, ele pode usar, ou deixar de usar a roleta. É nesse sentido: por que vai gastar para botar roleta num carro que ele mesmo dirige? É nesse sentido.

 

O SR. MARCINHO MEDEIROS: O seu esclarecimento é muito importante, e ainda tenho que tomar uma decisão sobre isto. Mas eu queria dizer ao nobre Vereador que, apesar de a gente ter divergências de posições aqui dentro e, de vez em quando, nós temos posições convergentes – e esta é uma delas – nós, como integrantes da Bancada da oposição, temos procurado sempre fazer uma oposição responsável, uma oposição onde procuramos sempre defender os interesses da coletividade, e este Projeto eu entendo que ele defende os interesses da coletividade, tanto dos proprietários de veículos, como dos motoristas de veículos e também dos próprios usuários que terão, para o futuro, um controle sobre o sistema, para torná-lo, pelo menos economicamente, mais acessível ao seu bolso. Esta é a minha posição. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu carrego, na consciência, o peso de ter me retirado do Plenário quando foi votado o Projeto Praia do Guaíba e de não ter me manifestado contra uma Emenda escandalosa, que foi aprovada aqui, e que deixa o Prefeito Alceu Collares numa posição difícil, agora, e que me faz ligar para o Prefeito, pedindo que ele vete esta Emenda, que é a Emenda que transferiu a construção da Escola da ADVB para o local do hotel quatro estrelas, dando quatro, ou cinco, ou “n” hectares para a ADVB. Então, carrego esta tristeza e tentei me redimir, pedindo ao Prefeito Alceu Collares que vete, por ser ilegal esta Emenda, por ser contrária ao interesse público. Não quero, também, carregar o peso de aprovar este Projeto, sem me manifestar aqui absolutamente contrário, por ser ele contrário ao interesse público. A Câmara está fugindo à sua responsabilidade principal, que é pensar na população de Porto Alegre. À população de Porto Alegre não interessa o uso de roleta. O próprio autor do Projeto veio à tribuna e disse que este é um Projeto para resolver um problema entre proprietários e seus respectivos motoristas. O que é que a população tem a ver com isto? Não se fala tanto em iniciativa privada nesta Casa? Então, se é um problema entre proprietário e o seu respectivo motorista, que a iniciativa privada tome as suas respectivas providências e instale ele um contador de célula fotoelétrica, instale um equipamento em que a pessoa pise e faça a contagem ou assim por diante. É um problema da iniciativa privada. Nós não podemos submeter a população a um vexame de passar duas vezes numa roleta, num transporte seletivo. Mas onde é que nós estamos? A quem interessa a aprovação deste Projeto? Interessa à população de Porto Alegre, eu pergunto. Aponto aqui o Ver. Hermes Dutra, lhe digo que fui eu quem fiz esta pesquisa entre vários usuários, dirão que não. Que eu sou parcial. Mas o Ver. Hermes Dutra fez a mesma pesquisa. Ninguém quer esta roleta. Onde se fala em roleta em táxi-lotação todo mundo ri. É um escândalo esta instalação de roleta em táxi-lotação. A população não quer. Quem quer são os proprietários e eu respeito os proprietários. Eles que instalem um sistema de controle. Agora nós, da Câmara de Vereadores, legislando em nome da população de Porto Alegre, para a população de Porto Alegre, vamos ter que resolver um problema de patrão e empregado? Mas isto não tem cabimento. E eu chamo à razão o meu colega de Partido, Ver. Marcinho Medeiros, que está equivocado. V. Exa. já viu algum controle de passageiros reverter a favor do beneficiário? Alguma medida que interesse aos proprietários, que tenha revertido? V. Exa. já está catalogando o que é empregado no “over” e no “open”, com o transporte, e abatendo do valor da passagem? V. Exa. já computou as aplicações diárias de um serviço recebido à vista, toda a noite, no “open”. Reverteu a favor do usuário? Quando que uma roleta vai servir para melhorar a vida da população, Ver. Martim? E eu até aproveito aqui a presença dos médicos do Pronto Socorro. Eu tenho certeza absoluta de que vai aumentar o número de acidentes, com a roleta, no táxi-lotação. Ou é na entrada ou na saída, vai aumentar os problemas de traumatismos. Vai aumentar os problemas de queda das pessoas dentro do táxi-lotação.

Agora, é benefício para a população? A população foi consultada? O usuário está satisfeito com roleta?

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só gostaria para esclarecer a V. Exa. que, como fui autor da Emenda que veio na Exposição de Motivos, mas não sei por que motivo não apareceu no Projeto, dizer que não são oito hectares e nem “n” hectares. É um pouco mais de um hectare e entre jardins, estacionamentos, escolas e tudo mais. Então não são oito hectares. É um pouco mais de um hectare.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Mas se valer aquele desenho que V. Exa. colocou...

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. me perdoa, não coloquei desenho nenhum. No mapa tem uma indicação do local que, medido, não chega a um hectare e meio.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Não, em escala chega a oito hectares.

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. quer fazer a mesma coisa que o Ver. Caio Lustosa, que chegou até o Estádio do Internacional.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Mas no desenho a área é maior do que o Estádio Beira-Rio.

 

O Sr. Artur Zanella: Se o Ver. Caio Lustosa quer reclamar a área do Internacional, que reclame para o seu antigo correligionário, Ver. Werner Becker, que disse isso na televisão, que queria vender o Estádio do Internacional.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Tenho certeza de que o Sr. Prefeito Alceu Collares vai vetar esta Emenda com a ajuda dos Vereadores da Bancada do PDT.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, queria dizer ao companheiro de Bancada que, quando o sistema distribui vale disso ou daquilo, está podre e tem que mudar. A coisa está errada. Nenhum sistema faz justiça social quando distribui miséria ou dá gratuitamente coisas às pessoas. Ele só faz justiça social quando ele cria condições para que as pessoas, através de seu trabalho, possam adquirir as coisas mínimas e essenciais da vida. Por isso, eu não concordo e acho isso uma decadência do próprio sistema.

Com relação à outra parte da questão, em relação ao empregado e patrão, acho que, se a colocação da roleta vai estabelecer uma harmonia dos dois segmentos envolvidos, eu não vejo por que nós, da Câmara Municipal, vamos negar este direito aos segmentos, porque afinal contas são segmentos...

 

O SR. FLÁVIO COULON: Mas por que tem que ser através da roleta? Porque se nós vamos resolver todos os problemas do patrão e empregado...

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Vereador, quem falou sobre este problema não fui eu, foi V. Exa. que falou. Foi V. Exa. que levantou o problema de resolver a questão patrão/empregado.

 

O SR. FLÁVIO COULON:  Mas aqui, a justificativa do Projeto é esta. V. Exa. não leu o Projeto? Leia a justificativa.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Pode até ser uma justificativa do Projeto. Agora não acho que esta seria a única causa para se votar a favor. Acho que tem méritos o Projeto na medida em que dota a Cidade, a Prefeitura, de um instrumento de controle sobre este meio de transporte, que é um meio de transporte coletivo importante. Mas agora, se é a madame que usa mais o meio de transporte e não a operária, não cabe a mim julgar quem está lá dentro do meio de transporte. Mas que ele está usando o meio de transporte. Agora, se a pessoa tem recurso ou não tem recurso para usar o meio de transporte, ele está usando o meio de transporte – não interessa se é filho do doutor fulano de tal, se mora nos Moinhos de Vento ou mora no Sarandi, no Jardim Leopoldina, nos conjuntos do BNH, não interessa. Eu não faço este tipo de diferença. Defendo a necessidade do controle.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Quero que V. Exa. faça a relação do que está dizendo com a roleta. Faça a diferença entre pobre e rico com a roleta. Explique-me. V. Exa. acha que com o controle baixa a tarifa? É isso? Diminui IPK?

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Pode até ser que contribua para aumentar, mas vai poder fazer melhor controle sobre as tarifas em Porto Alegre, porque Porto Alegre tem um dos mais caros, senão o mais caro transporte do País.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Mas lhe pergunto: por que tem que ser roleta, Vereador? Por que não pode ser uma célula fotoelétrica? V. Exa. não gosta de célula fotoelétrica? V. Exa. não gosta de pressão também: o peso da pessoa marcar...

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Aqui não diz que tipo de roleta é. Pode até ser uma célula fotoelétrica. Essa é uma forma de controle.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Por que V. Exa. vai votar a favor da roleta?

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Porque por enquanto nós só temos comprovadamente existentes as roletas, o que nós vamos fazer?

 

O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para não passar em julgado, essa afirmativa do Ver. Zanella de comprar aquela questão em que nós colocávamos a UTS 31 no Substitutivo, como passivo de transação fora das áreas de parques com esse problema a ADVB, que foi resultante de uma Emenda dele, Ver. Artur Zanella, e que no artigo da Emenda não constam realmente as delimitações da área, como V. Exa. bem frisou, porque a Exposição de Motivos não é parte do Projeto, não é parte da lei. E isso aí realmente vai causar um problema para administração e eu acredito que o Prefeito Alceu Collares vai vetar isso, porque é uma barbaridade, vai ficar uma área concedida a uma entidade privada, sem delimitações, e poderá provocar um abuso de parte dessa entidade para com as terras públicas do Projeto Praia do Guaíba.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, é sobre essa discussão paralela da ADVB. Veja bem, nós votamos contra a ADVB, e se V. Exa., o Ver. Caio Lustosa e outros Vereadores permanecessem em Plenário, nós teríamos derrubado a Emenda Zanella. (Palmas.)

 

O SR. FLÁVIO COULON: Eu concordo com V. Exa. Se V. Exa. estivesse aqui desde o princípio do meu pronunciamento, teria ouvido eu me penitenciar aqui de, por estratégia de Bancada, ter-me retirado deste recinto.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Flávio Coulon, apesar da inteligência, da capacidade de trabalho de V. Exa., eu nunca o vi votar favoravelmente a um Projeto. V. Exa. pega as idéias pelo lado negativo, e, no caso, confunde população com um ser a parte que teria vindo de uma ilha do universo, excluindo patrões, empregados, funcionários, da população porto-alegrense. Eu não entendo como é que V. Exa. pode se referir à população porto-alegrense excluindo esse segmento de trabalhadores. Por isso, não me surpreende a posição de V. Exa., contrária ao Projeto, porque V. Exa., não sei por que, deve estar de mal com a vida, porque está sempre contra. Em nenhum Projeto, V. Exa. está bem. (Palmas.)

 

O SR. FLÁVIO COULON: Vereador, V. Exa. honra o meu pronunciamento com esse aparte e em 15 de novembro haverá o julgamento. Realmente - eu quero deixar bem claro aqui – entre os interesses de patrões e proprietários e os interesses da população, sempre votei e votarei contra os interesses de grupos que têm aqui seus tradicionais defensores e até este momento têm triunfado contra o voto de sempre a mesma minoria. Continuarei votando. Este Projeto só interessa aos proprietários de táxis-lotação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Elói Guimarães, pelo espaço de dez minutos, por tempo que lhe cede o Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Flávio Coulon colocou aqui da tribuna um assunto do maior interesse, relacionado com o vale-transporte. Nós pretendemos desenvolver em breve uma série de análises ligadas ao vale-transporte. Hoje, seguramente, 40% dos usuários do transporte coletivo estão usando o vale-transporte e nós vamos ter que fazer um encontro de contas porque, efetivamente, está havendo um lucro marginal com o vale-transporte pelo sistema de ônibus de Porto Alegre. Mas eu volto a frisar que não derrubamos a Emenda Zanella no que respeita à ADVB porque determinados Vereadores se retiraram do Plenário e nós, inclusive, pedimos, mas o sectarismo não permitiu. Esta é a verdade.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicio aqui a análise sobre o táxi-lotação, a necessidade que há do controle do sistema. Mas, por acaso, é crime defender esta gente que está aqui? Estamos cometendo algum ato desabonatório à conduta de cada um? Mas, vejam bem, é justo que um permissionário, que um trabalhador, exceção de poucos, porque, se examinarmos os permissionários do transporte de táxi-lotação, vamos ver que todos são homens de luta, de garra, e que estão no sistema através da sua luta, do seu trabalho... Então, vem aqui o Ver. Flávio Coulon dizendo que estamos defendendo patrão. Mas que patrão, Vereador? São homens de trabalho. São homens de luta, são trabalhadores, que ao longo do tempo conseguiram uma ou duas lotações. Agora, é justo não estabelecermos as condições para que esses homens tenham controle sobre suas atividades? V. Exa. quer que o permissionário, e a maioria trabalha nos seus veículos, V. Exa. não quer que estes homens tenham folga e que possam entregar ao motorista, abrindo o mercado de trabalho? V. Exa. não quer que eles controlem? Mas é um absurdo não permitir o controle, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é um rematado absurdo. E volto a frisar, interessa, sim, ao Município, pela vivência que temos e pela vivência que tiveram os Secretários Municipais de Transporte, que haja um controle. Um dos graves problemas, não agora, porque o sistema está em crise, estão aqui eles sabendo, que o que estou dizendo é a pura verdade, um dos graves problemas é o passageiro em pé. O passageiro em pé depõe contra o sistema, porque o que vai sentado chega ao Centro e liga para a Secretaria dizendo que iam 10, 5 ou 2 passageiros em pé.

A questão da engenharia na elaboração do tipo de roleta, do tipo de controle é uma questão que ficará ao decreto para regulamentar. Agora, há necessidade de controlar? Há necessidade. Ou não é justo que esses homens tenham um controle? Um controle a quem lhes presta um serviço? É óbvio, é natural, é bom, é sadio ao sistema. Agora, vêm para a tribuna dizer: “os empresários de lotação”. Que empresários? São homens que na maioria possuem um ou dois carros. A maioria também trabalha. Agora, evidentemente, têm direito de colocar um empregado, ou é crime empregar alguém neste País? É preciso que assumamos este discurso. É crime controlar? Tem que controlar sim. Bons salários aos trabalhadores. Agora, correção na atividade, prestação de contas. E isto é bom, Ver. Flávio Coulon, e a roleta permite isto. E vai ajudar o sistema permissionário, a Secretaria, porque é um dos graves problemas, porque é um dos graves problemas a questão do passageiro em pé, depõe contra o sistema, e a roleta vai evitar isto.

Vocês sabem, com a roleta, quantos passageiros transportou ao dia? Sabem? Concordam com esta afirmativa, que é através da roleta que saberemos quantos passageiros foram transportados? Veja V. Exa. se transportam 100 passageiros por dia e se diz, sem a roleta, que se transportaram 20. É correto isso?

 

O Sr. Flávio Coulon: Mas isso é problema da Câmara?

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: É problema nosso. Que bom pudesse o Poder Público, Ver. Flávio Coulon, interceder em todas as relações da atividade laboral. Eu acho que o controle sobre as atividades é muito bom.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como eu vou saber quantos passageiros foram transportados em pé? É isso que V. Exa. tem que provar da tribuna.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Flávio Coulon, veja bem, um veículo faz “x” viagens por dia, tem capacidade “y”. Se ele transportar gente demais, foi gente em pé.

 

O Sr. Flávio Coulon: E quando ele sai do fim da linha soltando passageiros e pegando outros, como é isso?

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Estatisticamente, V. Exa. tem esse dado?

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. está fazendo uma média, como se a pessoa pegasse a lotação e fosse até o fim, e divide...

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sim, como regra, é um sistema de ponto. Mas é um crime se controlar o número de passageiros transportados? Eu acho que está havendo, porque nós não estamos nos entendendo.

Agora, evidentemente, Ver. Flávio Coulon, não se pode colocar uma matraca na frente do usuário. Eu não vi nenhuma demonstração aqui da tribuna, dizendo que a roleta do lotação cria problemas ao passageiro, problema técnico.

 

O Sr. Flávio Coulon: É só perguntar a um médico do HPS e o mesmo vai dizer que terá atendido um monte de casos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Acho que nós temos o direito de criar as condições, evidente, preconizo criar a roleta mais adaptada possível, até porque beneficia o sistema. Se tiver uma roleta inadequada, não vou pegar o lotação. Se eu sentir, não a pego, é um sistema complementar de transportes.

 

O Sr. Flávio Coulon: Então, vai-se perguntar “qual é o tipo e roleta?”.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: O lotação não é um sistema exclusivo do transporte coletivo. É um transporte optativo, que deve oferecer determinadas comodidades. A troco de que, eles, permissionários, colocariam esse instrumental se lhes prejudicasse? Veja, se de repente colocassem uma matraca tal que o passageiro não a pegasse. Isso não entra na nossa cabeça.

 

O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Entendo que a roleta beneficia o usuário. Nós desejamos, nesta Casa, que o motorista seja escolhido pela sua capacidade, o que pode ser possibilitado com a instalação da roleta e não por qualquer outro atributo que lhe possam dar.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com relação ao tipo de roleta, a Emenda nº 04, do Ver. Raul Casa, acho que resolve o problema criado por aqueles que estão preocupados em achar que a roleta vai diminuir a qualidade dos serviços. A Emenda diz: “inclusão das palavras mecânica ou eletrônica”. Com isso teremos condições de escolher o melhor tipo de controle sobre o sistema.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: É porque V. Exa. está na SMT? V. Exa. não está lá, ora.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: Mas me sinto responsável quando vou aprovar ou não um projeto. Não estou na SMT, mas me incluo como responsável, não sou covarde.

 

A SRA. PRESIDENTE: A Mesa relembra o orador que está na tribuna que o seu tempo está esgotado.

 

O Sr. Adão Eliseu: Só para não passar em julgado e é uma pena que o Ver. Flávio Coulon não esteja aqui, gostaria de evidenciar o equívoco em que incorre o Ver. Flávio Coulon, quando diz que nós, Vereadores, estamos legislando em torno de interesse de classes mais abastadas e não em favor do povo, está completamente equivocado. Agora, há pouco, conversando com alguns companheiros que trabalham em linhas de ônibus e táxi-lotação, eles até afirmavam que a evasão de receita prejudica a qualidade do uso do veículo e, conseqüentemente, o prejudicado é o povo, o usuário.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: O Projeto é bom e a roleta uma vez, tecnicamente, atendendo o interesse do próprio sistema, só vem trazer benefícios a ele. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra, o Ver. Artur Zanella. Ausente. Com a palavra, o Ver. Ennio Terra. Desiste. Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pessoalmente, tenho a maior simpatia pelo sistema alternativo entre o ônibus e o táxi, entre, portanto, o transporte de massa e o seletivo. Entendo que os eventuais desvios que temos tido e, pessoalmente, não gosto do microônibus, acho que ele atrapalha o trânsito da Cidade e que ele fugiu ao sistema, à idéia original. O atravessar com o sinal fechado, que é uma característica atual do sistema, desrespeito absoluto do sinal vermelho, a amarração ou, ao contrário, a alta velocidade, conforme a hora, se o micro está vazio ou cheio, que é outra característica do atual sistema, o parar exatamente antes ou sobre a rua que sai da avenida principal, atrapalhando todo o fluxo do transporte, que é outra característica, são desvios que, na verdade, poderiam e deveriam ser coibidos pelo Poder Público, que, no entanto, se omite. Muito mais do que um desvio do sistema como tal. Se nós tivéssemos uma SMT atuante que realmente multasse e atuasse no controle do sistema, isto seria corrigido. Portanto, não é isto que torna negativo o sistema. Quanto a isso, eu tenho muita clareza. Agora, uma modificação de legislação, no meu entendimento, quando vem a esta Casa, ela deve trazer e tentar responder fundamentalmente dois quesitos. O primeiro é a indagação do quesito técnico. Nós devemos ter a tranqüilidade técnica quanto à modificação implantada. E, ao ouvir aqui, hoje, o discurso o Ver. Aranha Filho, me tranqüilizei, porque, afinal de contas, eu não sou um técnico nesta área, sobretudo não sou um técnico na área de segurança, que é exatamente a área do Vereador, e, quando se deu o luxo o Vereador, e a obrigação, de entrar num carro, de examinar o aparelho, de concluir alguma coisa, eu acho que ele me ajudou a tomar posição, porque eu cobraria aqui, teoricamente, a inexistência de uma avaliação técnica. Nós não temos, inclusive, nenhum parecer da própria SMT, dos próprios técnicos da SMT, agregado a este Processo. Eles poderiam ter feito isso, sem nenhum problema, e isso teria, sem dúvida nenhuma, nos ajudado a decidir com maior tranqüilidade.

Mas o problema maior que eu vejo é no açodamento da apresentação do Projeto, não quero entrar diretamente no mérito, é na pressa com que se quer votar isso. É que eu entendo que o ônibus, como o táxi-lotação, é um serviço público. Eu gostaria de chamar muito a atenção disso dos senhores que estão aí acompanhando o nosso trabalho. É um serviço público e que, portanto, deve atender ao interesse do público. E, até agora, não vi a oportunidade do público, do usuário do sistema se manifestar. Eu gostaria de ouvir.

Conversei desde sexta-feira, pois fui tomado um pouco de surpresa pela inclusão do processo na pauta de votação, com pessoas, inclusive com vizinhos meus e, para que se situem, eu moro na Zona Norte, na Avenida Panamericana, que é servida por uma boa linha, diga-se de passagem, que é a Lindóia. Conversei com pessoas que tomam o táxi-lotação e não ouvi de nenhuma a defesa do sistema de roleta. Nenhuma! Nenhuma, senhores! E eu acho que a nossa obrigação, pelo menos a minha, jurada - no dia 31 de janeiro de 1983, quando tomei posse pela primeira vez nesta Casa - é, ao legislar, ao decidir por alguma coisa, decidir em respeito à maioria. Se nós tivéssemos a oportunidade de fazer um plebiscito e ouvir, realmente, a população, uma consulta de opinião do usuário do sistema, e este usuário se decidisse favoravelmente, eu votaria, sem nenhuma discussão mais. Mas, até agora, eu não ouvi o usuário se manifestar. Não vi a oportunidade de o usuário se manifestar. E as poucas consultas que fiz, poucas, talvez até insignificantes em relação ao conjunto dos usuários do sistema, são contrárias à aplicação desse sistema. Eles até entendem a preocupação dos senhores proprietários, em terem o controle. Ninguém nega isto, vamos deixar bem claro. Nem eu nego isto. Acho que, se existe a possibilidade de um explorador de linha, evidentemente é justo que ele faça o controle. Eu não discuto isto. Mas acho que esse controle, senhores, não pode ser prejudicial ao passageiro, não pode complicar a vida do passageiro, e alguém lembrava aqui, eu acho que foi o Ver. Marcinho Medeiros, que tem no ônibus. Nós já sabemos das brigas que existem nos ônibus, por culpa dessa roleta. Já sabemos como é complicado o problema da roleta. Mas, em última análise, no ônibus nós temos um corredor mais largo e passamos, no mínimo, uma vez só. No táxi, nós vamos ter o problema do corredor mais estreito e passar, obrigatoriamente, duas vezes. Já dizia o Ver. Aranha Filho: na primeira não tem problema, mas, na segunda, remanesce o problema. Eu acho que nós temos várias alternativas, e quero deixar bem clara, aqui, a minha posição. Não sou contra um controle. Acho que é importante um controle, mas acho que nós temos que buscar as alternativas desse controle que resolvam o problema dos senhores permissionários, sem criar um problema para a população que vai usar o sistema. E é nesse sentido que eu me junto à posição do Ver. Martim Aranha. Acho que temos várias alternativas em estudo e alguns dos usuários com os quais eu conversava me colocavam uma outra, que eu não sei se é viável e que eu queria trazer aqui, neste momento de debate, neste momento de discussão. Por que não se trabalhar com fiscais colocados em determinados pontos da linha, que fiscalizariam não apenas a questão da lotação do veículo, não apenas o movimento dos passageiros, como até mesmo o cumprimento das regras mínimas de trânsito, de respeito com o passageiro, de segurança com o passageiro, que não têm sido absolutamente respeitadas? Isto é público e notório, só não enxergam os fiscais da SMT, se é que existem. Realmente, a gente observa – e eu digo isto porque saio diariamente de minha casa em torno de oito e meia da manhã e vejo isto – que, enquanto o lotação está nesta rota, semivazio, ele vem devagarzinho. A partir do momento em que ele tem uma lotação maior, ele cruza o sinal vermelho de qualquer maneira, inclusive num cruzamento extremamente perigoso, em que ele sai da direita e cruza três faixas de trânsito à esquerda, que é na entrada da Sertório com a Farrapos. Se quiserem confirmar, por favor, os donos destes carros se coloquem lá e observem. Admiro-me que não haja mais batidas naquela área. Quanto ao problema da fiscalização, se é importante – e eu não estou negando – nós temos que buscar alternativas que não prejudiquem o usuário.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho, Vereador, que a fiscalização, pelo que eu tenho visto no táxi-lotação, é extremamente importante, não para o proprietário, mas sim para a segurança do usuário. Se fosse possível determinar, na lei, um tipo de roleta que, por exemplo, trancasse a entrada de passageiros após o número máximo permitido num táxi-lotação, eu acho que estaria extremamente correto. Se fosse possível um tipo de roleta ou fiscalização que pudesse determinar em que momento o táxi-lotação excedeu o número de usuários, eu acho que estaria extremamente correto, porque a minha preocupação é que, muitas e muitas vezes, os táxis-lotação andam rodando aí com excesso de gente, o que torna este tipo de transporte extremamente perigoso. Queria fazer esta reflexão, que não é controlar por causa do proprietário, e sim arrumar, imaginar um tipo de controle que beneficie a segurança do usuário, e esse Projeto de Lei não me parece adequado nesse sentido.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: V. Exa. está na mesma linha que eu, e apenas dizia que, se conseguíssemos juntar as duas coisas, o interesse do proprietário em controlar, e o interesse público em controlar a segurança, até encontraríamos um sistema melhor, uma alternativa melhor.

 

O Sr. Werner Becker: Acho que o do proprietário, dentro das leis de iniciativa, tão apregoadas, é um problema dele; agora, querem a intervenção do Poder Público; acho que temos que nos preocupar com a fiscalização da segurança, com o não-excesso de lotação nesse tipo de transporte, que é muito perigoso.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Encerrando e agradecendo ao Ver. Werner Becker, e acho que caminhamos na mesma linha, quero dizer aos senhores permissionários que não sou contra a idéia, mas entendo que, no momento, há um açodamento nessa decisão que não atende ao interesse do público. E, entre ficar com a maioria, que é o público, e com a minoria, que são os senhores, tenho uma posição muito clara: fico com o interesse do público, que entendo não ser o interesse da colocação da roleta no momento atual. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a discussão. Em votação. Para encaminhar, pelo PSDB, Ver. Caio Lustosa.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores permissionários do transporte seletivo. O debate da tarde de hoje foi bastante esclarecedor no sentido de mostrar que, na unanimidade, os Vereadores se posicionam sim pelo direito que têm os permissionários, no custo da permissão que detêm, relativamente a este tipo de transporte, de fazer o controle dos passageiros efetivamente transportados, o que, por sua vez, se reflete no seu relacionamento com os empregados e, por que não dizer, na própria Administração, se é que nós temos, em Porto Alegre, que exerça uma eficaz fiscalização sobre o transporte coletivo. E eu digo isto porque nós lembramos que há pouco tempo um destes empresários chegou a ser multado pela SMT pelo fato de não haver se submetido a uma tarifa que era muito maior do que aquela que os empresários do transporte seletivo estavam prevendo. Uma multa completamente ilegal, a meu ver, e iníqua, multar-se um permissionário pelo fato de ele cobrar a menos do que aquela tarifa que a SMT fixou e nós nunca soubemos, no curso desta Legislatura toda, quais os critérios da SMT para fixar tarifas. Enfim, nós teríamos a maior tranqüilidade em aprovar este Projeto se ele previsse que o controle fosse feito através desta célula fotoelétrica. Agora, introduzir este tipo de roleta que já no transporte coletivo de massa já é malquerido, é indesejado, é repudiado pela população, a ponto de os deficientes, desde as senhoras grávidas terem que entrar pela porta da frente?! O que não vai ser possível nas lotações, é realmente bom, a Emenda de V. Exa. dá uma alternativa. E nós sabemos que a alternativa, ao que tudo indica, será pela de menor custo, que é a de roleta mecânica, acredito que a célula fotoelétrica será bem mais cara. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nenhum reparo aqui, os permissionários têm o direito de fazer o controle dos seus ingressos, os passageiros efetivamente têm o direito de fazer o controle dos passageiros que ingressam, mas esse dispositivo mecânico da roleta já foi colocado por inúmeros Vereadores desta tribuna e não é do interesse do povo. Esta Casa tem de legislar; sabemos que há vários interesses conflitantes, mas nosso dever é o de ver o interesse maior e melhor para o maior número de pessoas desta Cidade. A luta pela fixação de tarifas que apresentamos há vários anos nesta Casa mostra que Porto Alegre vive sob o guante de um “lobby” de empresários do transporte coletivo. São dois grandes grupos que mandam na Cidade, temos repetido isto fartamente. São os grandes empresários do transporte coletivo de massa e os grandes empresários do setor imobiliário. Portanto, no interesse público nós votaremos contrários a este Projeto de Lei que, acredito, o Ver. Adão Eliseu apresentou com o melhor dos propósitos, mas ele não consulta o interesse dos usuários do transporte coletivo. E ligamos este Projeto a outros que existem nesta Casa, numa tendência que já vai se tornando muito clara, de fazer com que o monopólio dos grandes empresários do transporte coletivo vá também para o setor do transporte seletivo. É uma advertência que nós deixamos aqui. Achamos que este Projeto está dentro do curso da tendência de cada vez mais concentrar nas mãos de menos e poderosos proprietários todo transporte coletivo da Cidade. Por isto, nossa posição, em nome do PSDB, é contrária a este Projeto. Apelamos ao autor, Ver. Adão Eliseu, que o retire, talvez, para propiciar uma análise, inclusive sob o ponto de vista técnico, que conduza a uma solução que consulte os interesses gerais da Cidade, principalmente aos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar pelo PFL, o Ver. Raul Casa.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, são estes tipos de projetos extremamente polêmicos e conflitantes em que se sopesam argumentos favoráveis e desfavoráveis, exatamente num momento pré-eleitoral que, muito mais do que o nosso dever de julgar as coisas, nos angustia. Na verdade, não se trata de matéria ideológica, trata-se apenas de uma questão filosófica a origem do Projeto, do proponente do Projeto, pessoa que, ao longo desses seis anos, nos mereceu sempre o maior respeito e a maior admiração pela seriedade com que apresenta os seus trabalhos, e nos faz na nossa Bancada abrir a questão. Temos votos favoráveis, votos desfavoráveis, temos engenheiros de segurança na nossa Bancada, técnico abalizado e respeitado, temos professores, enfim, é um problema que a nossa Bancada decidiu abrir e não fechar questão. Nós apresentamos uma Emenda exatamente no sentido de que mais um transtorno, mais uma dificuldade se anteponha às inúmeras dificuldades aos usuários do transporte coletivo de Porto Alegre, que seria a roleta fotoelétrica, que é apenas uma opção a mais. Enfim, na nossa Bancada, a matéria é aberta, cada um votará de acordo com o que ditar o seu espírito púbico e a sua vontade, evidente, de querer acertar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PCB, o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não usei o período da discussão do presente Processo porque ouvi atentamente os discursos que me antecederam e fiquei com a dolorosa impressão de que nós estamos esta tarde, na Câmara, assistindo a uma Sessão surrealista. Estamos a discutir um relacionamento entre capital e trabalho que está regulado por lei federal. Acho que existem alguns equívocos e me permitam os motoristas empregados, porque acho que eles estão incorrendo neste equívoco, porque esta matéria está regulada pela CLT. A questão do controle e a suspeição que pesa sobre muitos deles com a tentativa da instalação da roleta, para que se contem os passageiros realmente transportados, não é competência desta Câmara relacionar capital e trabalho e regular estas relações. Isto é coisa da própria CLT, é com a DRT, é uma fiscalização do trabalho. E a questão da contagem dos passageiros também é uma questão da fiscalização aí do Poder Público. E me permitam com toda a fraternidade dizer que os empregados motoristas dos táxis-lotação estão contribuindo e querem que a Câmara endosse esta posição que é a de regularizar, legalizar uma situação anômala, porque os táxis-lotação, originariamente, foram destinados aos seus proprietários. E quem trabalha de empregado está sendo burlado. As empresas proprietárias de táxi-lotação não podem existir no Município, contrariam o princípio original do estabelecimento deste tipo de transporte. E neste caso nós estamos diante de uma situação de fato. Eu, no meu caso, estou aqui na Câmara para defender os interesses da maioria da população dos usuários. Por isso, com todo o respeito que tenho à tentativa do Ver. Adão Eliseu de tentar regular esse processo através de uma legislação especifica, não posso ficar numa opção que não corresponde à minha visão de Vereador responsável pela defesa dos interesses da maioria da população que são, justamente, os usuários. Os usuários não estão hoje, aqui nesta Câmara; estão aqui os proprietários, os motoristas, num justo direito de estabelecer o seu processo de pressão. Mas nós temos que ter a cabeça fria para saber distinguir entre uma coisa e outra. É por esta razão que eu vou votar contra o Projeto de instalação das roletas, porque essa roleta não vai ajudar os usuários, nem vai diminuir preço de tarifa, não vai contribuir para contar melhor quem anda de pé, quem anda sentado ou quem anda deitado. Espero que reflitam sobre essa situação, porque esse é um tipo de transporte que está a merecer um cuidado muito especial da Prefeitura. Infelizmente, as coisas desandaram e nós pretendemos, na gestão da Frente Popular, dar um outro encaminhamento a esse problema. Não com prejuízo de quem atua no processo e muito menos em prejuízo de quem se serve do processo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar pelo PL, o Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu querido amigo e irmão Adão Eliseu. Eu tenho certeza de que V. Exa. vai concordar com o que eu vou dizer. Há projetos e Vereadores nesta Casa e há Vereadores com os quais nós temos uma identificação muito intensa, que a gente fica observando o Projeto e, só por ter a assinatura do Vereador, já nos induz à votação, porque é um crédito ao colega, ao amigo, ao irmão. Mas eu estive analisando, durante todos esses dias, as razões do Ver. Hermes Dutra, que são muito sérias; as razões do Ver. Antonio Hohlfeldt; as razões do Ver. Adão Eliseu; o pedido de meu outro irmão, Ver. Luiz Braz, que também me encareceu; amigos meus com os quais convivo há tantos anos, cheguei a uma conclusão: os permissionários têm a noção exata do que estão querendo e eles devem ter também analisado profundamente a repercussão do que estão querendo. Se por um lado é necessário, é importante o controle do passageiro – e o Ver. Elói Guimarães até exagerou um pouco e eu até brinquei com ele a este respeito, dizendo que o Poder Executivo tinha mais interesse que os permissionários. Em respeito ao meu querido irmão, Ver. Adão Eliseu, eu vou votar favoravelmente ao Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Cleom Guatimozim, para encaminhar, pela Bancada do PDT.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como funciona o sistema de transporte de massa e o sistema auxiliar de transporte de massa em Porto Alegre e nos Municípios brasileiros todos? Pela legislação, compete aos Municípios fazer o transporte de massa de passageiros. Porém, como o Município não tem condições de fazê-lo, ele permite que outras pessoas façam por ele, mas para que ele dê essa autorização, essa permissão para que outros façam por ele, ele, Município, estabelece algumas condições. Essas condições são estabelecidas na lei, quer aquelas encaminhadas pelo Executivo ou nascidas nesta Casa, do punho e da inteligência do legislador. Uma vez o Município dando a permissão a que alguém faça por ele o transporte de passageiros de massa, e estabelecidas as condições em lei, o cidadão fica habilitado, sob a fiscalização do Município, a fazer esse transporte. Mas há o interesse do Município de que esse permissionário, a quem ele autorizou que faça em nome dele, o transporte, cumpra a legislação, porque trata-se de serviço essencial, atendendo a população, aos munícipes, àqueles que moram dentro da área geográfica desse Município. Essa é a filosofia. Pode esta Casa estabelecer as condições para os permissionários, através de lei ordinária. Estas deverão ser cumpridas; é pegar ou largar. Feita a votação, aprovada a lei, o permissionário tem, logo após a vigência da lei, a obrigação de cumpri-la. Então, esta Casa pode, é legítima, para estabelecer condições. Não entendo que seja uma relação entre empregador e empregado o uso de um sistema de controle, no caso apregoado, até facultativo, como diz o Projeto, a instalação de um sistema de controle, porque este pode fornecer dados à SMT do número de passageiros transportados, pode fornecer dados para que seja, aí, baseada a composição do aumento da tarifa, o número de passageiros transportados por quilômetro. Difere, um pouco, do transporte de massa, que é o ônibus, mas é um funcionamento baseado no mesmo sistema.

Não posso compreender que seja uma relação empregado/empregador, regulado por outra lei; e fora desta Casa. Não há o interesse público, a começar pela fixação da tarifa. O Ver. E1ói Guimarães dizia muito bem que deve o Poder Público interferir nestes conflitos e não só nos tribunais, quando o conflito se realiza, mas esta Casa pode agir preventivamente, estabelecendo sistemas de segurança, Srs. Vereadores, e de melhores relações que possam beneficiar o usuário.

Ora, não poderia esta Casa exigir que cada motorista dos táxis-lotação estampar sempre um sorriso nos lábios para agradar o passageiro, seria lírico, utópico, mas pode estabelecer que haja uma contagem perfeita dos transportados, em benefício total da coletividade. Se estamos nesta Casa, hoje, resolvendo um problema de empregado e empregador e que tem influência no transportado, no passageiro, aquele a quem defendemos nesta Casa, vamos interferir na relação entre empregado e empregador.

A Lei Federal aqui citada não desce, Srs. Vereadores, a pormenores como este, trata de outros problemas, no geral onde se pode fazer uma comparação ou uma analogia, mas as legítimas para estabelecer as condições das permissões são as leis votadas por esta Casa, estabelecendo estas condições. Por esse motivo, entendemos que a implantação de um sistema de controle vai dar muito mais base ao Município de Porto Alegre para saber quantos são hoje os passageiros transportados por táxi-lotação e qual o valor real da tarifa com base nestes passageiros.

O Ver. Aranha Filho diz que não serve de base porque e optativa, a roleta é para quem quer. Então, Vereador, entendo que, se é optativo, se usa aquele que quer, nós vamos ter nas linhas que querem a implantação da roleta, uma base do número de passageiros transportados.

 

O SR. PRESIDENTE: Peço que o Vereador conclua, e que não haja apartes anti-regimentais.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Vou concluir, lastimando que não possa acolher o aparte do Ver. Flávio Coulon, porque infelizmente é anti-regimental.

A verdade, Srs. Vereadores, é que o Projeto de Lei do Ver. Adão Eliseu dá uma base de necessidade a este tipo de relacionamento, porque influi diretamente no usuário. Por isso, somos favoráveis. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PC do B, Ver.ª Jussara Cony.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Flávio Coulon, nós entendemos que cabe, sim, a esta Câmara Municipal enfrentar uma questão como esta. Até porque, aqui se expressam os interesses e as contradições da própria sociedade. E, por certo, o Projeto de Lei de autoria do Ver. Adão Eliseu vai expressar os interesses em jogo. E não tem meio-termo, de um lado nós temos uma minoria que são os senhores permissionários, e de outro lado uma maioria que são os usuários desse sistema de transporte. Aliás, esta Câmara Municipal tem sido pródiga em momentos em que as contradições da sociedade e as pressões delas advindas se verificam No nosso entender, isso é extremamente positivo, porque favorece, fortalece a própria democracia, ao se expressarem, aqui, os vários segmentos que compõem os extratos sociais de uma Cidade como a nossa. A nós isso não incomoda, de maneira nenhuma, até porque, pelos princípios do nosso Partido, nós temos uma postura clara, de estar ao lado da maioria de sua população.

É bom lembrar que, quando a Câmara Municipal, nessa sua prodigalidade no expressamento das contradições aqui, quando ainda tinha o direito de legislar sobre tarifa do transporte coletivo, o que muito ajudava os usuários, porque impedíamos os aumentos cotidianos que hoje temos na Cidade de Porto Alegre. Houve momentos, inclusive, em que senhores motoristas e cobradores aqui foram colocados pelos patrões, para pressionar a Câmara Municipal de Porto Alegre, pelo aumento de tarifa. Numa clara demonstração de como os patrões usam seus empregados, que sofrem a política salarial do Governo e deles também para aumentarem seus lucros. Em síntese, para resolver as contradições da relação capital-trabalho, através do uso dos explorados pelos seus próprios exploradores, naturalmente para manter os seus lucros. Entendemos que não podemos resolver aqui as contradições da relação capital-trabalho, até por que ela não se resolve através de um projeto de lei ou num parlamento burguês ou numa Câmara Municipal, ela vai se resolver com a ruptura da estrutura da sociedade geradora da exploração. Nós queremos dizer que o nosso Partido, o Partido Comunista do Brasil, para nós, transporte coletivo é serviço público, portanto, de responsabilidade do Estado. Não pode e não deve ser fonte geradora de lucro. Nosso Partido tem uma postura clara que temos defendido nesta tribuna, que é a estatização do transporte coletivo. A nós não cabe resolver o problema dos empresários, a nós cabe fazer trazer para cá e defender os interesses da maioria da população que são os usuários. Entendemos, no entanto, o direito que os permissionários necessitam, no sentido do controle. Entendemos, como já foi colocado aqui por outros Vereadores com maior conhecimento, porque são atuantes nesta área, de outras possibilidades além do sistema de roleta, célula fotoelétrica, outros mecanismos. Ver. Adão Eliseu, gostaria de finalizar dirigindo-me a V. Exa. até como respeito ao trabalho de V. Exa. nesta Casa, porque em muitos momentos temos somado juntos em vários projetos que atendem aos interesses da maioria da população, no sentido de como já foi colocado aqui, da retirada desse Projeto para o estudo de um mecanismo alternativo que atenda tanto aos interesses dos permissionários como aos dos usuários, que são a maioria. A esse Projeto que está sendo votado, nós votaremos “não”, porque, no nosso entender, não atende aos interesses da maioria da população, até porque nós estaríamos, o que entendendo o que nos cumpre, fazendo outra lei para resolver a desobediência de uma lei anterior. Eu acho que isto tem que ficar muito claro, uma lei foi desobedecida e não nos cumpre o papel, como legisladores, que temos que ser em favor dos interesses da maioria, de termos que fazer uma outra lei, nesta Câmara Municipal, para resolver a desobediência de uma lei anterior.

É este o nosso posicionamento, apelando ao Ver. Adão Eliseu no sentido de que se tente, através de outros mecanismos, um outro mecanismo, para que possamos resolver aqui os problemas trazidos tanto pelos senhores permissionários quanto os advindos da implantação de uma roleta aos senhores usuários. A este Projeto, Vereador, respeitando o seu direito de apresentar o seu trabalho nesta Câmara, nós votaremos “não” pelo que colocamos nesta tribuna. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais encaminhamentos, passamos ao processo de votação.

 

O SR. JORGE GOULARTE (Requerimento): Sr. Presidente, solicito chamada nominal para votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Jorge Goularte. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. Hermes Dutra.

A Mesa informa que primeiro será votado o Projeto e depois serão votadas as Emendas.

Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação do Projeto.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram SIM e 12 votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Projeto.

 

(Palmas nas galerias.)

 

(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Artur Zanella, Cleom Guatimozim, Ennio Terra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Mano José, Raul Casa, Marcinho Medeiros, Elói Guimarães, Nei Lima, Nereu D’Avila, Valdir Fraga e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Rafael Santos, Nilton Comin e Flávio Coulon.)

 

O SR. PRESIDENTE: Colocamos em votação, agora, as Emendas. Logo após a votação das Emendas, serão lidas as Declarações de Voto. Eu peço que o Sr. Secretário faça a leitura das Emendas, para que possamos votá-las.

 

O SR. HERMES DUTRA (Requerimento): Como as Emendas têm parecer favorável, embora eu seja contra, requeiro que sejam votadas em bloco, para ganharmos tempo, porque temos, ainda, oito Vetos para serem apreciados.

 

O SR. PRESIDENTE: Para serem votadas, então, de acordo com o Regimento Interno da Casa, serão votadas em bloco, já que todas as Emendas têm parecer favorável.

 

O SR. NEI LIMA (Requerimento): Requeiro a dispensa de votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de informar que, se o principal for votado através de votação nominal, os acessórios também devem ser votados através de votação nominal.

O Sr. 3º Secretário fará a leitura das Emendas, que serão votadas em bloco.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Lê as Emendas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação as Emendas. O Sr. 3º Secretário fará a chamada nominal dos Srs. Vereadores.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Sr. Presidente, 16 Srs. Vereadores votaram SIM e 08 votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADAS as Emendas nos 02, 03 e 04.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Artur Zanella, Cleom Guatimozim, Ennio Terra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Mano José, Raul Casa, Marcinho Medeiros, Elói Guimarães, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Valdir Fraga e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Vereadores: Aranha Filho, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Lauro Hagemann, Rafael Santos, Nilton Comin e Flávio Coulon.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura das Declarações de Voto que estão sobre a mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê as Declarações de Voto.)

“Voto contrariamente ao presente Projeto por considerá-lo ofensivo ao interesse público. Aconselho aos senhores interessados a não instalarem roletas no táxi-lotação, uma vez que tão logo o PMDB assumir o Governo Municipal romperá o atual atrelamento do Poder Executivo nos interesses dos transportadores, e determinará, se depender desse Vereador, a remoção desse equipamento em caráter prioritário e urgentíssimo.

                                                        (a) Flávio Coulon.”

 

“Voto contrário ao Projeto em nome dos 100.000 usuários do táxi-lotação. Esses que são a maioria, que não têm voz, nem tribuna nesta Casa, são contrários à roleta. Afirmar o contrário é desconhecer o universo dos usuários. Por eles digo não. O meu voto nada tem contra o sistema de táxi-lotação, ao contrário, esse sistema tem todo o meu apoio e considero-o imprescindível.

                                                   (aa) Rafael Santos

                                                         Hermes Dutra.”

 

“Sou contrário ao uso de roleta e não contra o controle que, aliás, entendo ser necessário. Ao ser aprovado o uso da roleta, outros estudos mais avançados serão simplesmente colocados de lado. Isso não posso admitir, principalmente quanto estamos chegando ao século XXI, e quando as modernas técnicas se encontram à disposição. Ademais, a roleta que analisamos, ou melhor, as que estão à disposição no mercado, não são as adequadas para esse tipo de transporte.

                                                       (a) Aranha Filho.”

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Ver. Hermes Dutra, para que seja o Veto ao Projeto de Lei 031/88, do Pronto Socorro, apreciado primeiramente.

Em votação. Com a palavra, o Ver. Frederico Babosa, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, solicitei ao Líder de minha Bancada, Ver. Raul Casa, a oportunidade de, falando em nome absolutamente pessoal, encaminhar este Requerimento que está a solicitar uma inversão de ordem para a análise dos Vetos constantes da tarde, que já é quase tarde-noite, do dia em que os Vetos estarão passando por decurso de prazo se esta Casa não tiver número para votar. E digo isto, Sr. Presidente... Gostaria que o Plenário...

 

O SR. PRESIDENTE: Por favor, gostaria que fossem concedidas ao orador todas as condições possíveis para completar o seu pensamento.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Digo isto porque muitos dos que estão aí na platéia, e muitos dos Vereadores que aqui estão, estão preocupados com os compromissos já assumidos anteriormente e esta Casa discutiu e votou até agora um Projeto que não tinha prazo para vencer e no momento em que discutiu até agora, arrisca-se, por exemplo, o Processo que está sendo solicitada a inversão e muito mais, arrisca-se também em não sendo possível trazer as crianças de Porto Alegre para este Plenário, um Projeto que foi pautado pela Diretoria Legislativa e pela Mesa desta Casa, um Veto absolutamente equivocado do Prefeito, com referência à implantação de um programa contra a violência e educação para o trânsito, possa passar por decurso de prazo e Porto Alegre não tenha, por equívoco do Executivo Municipal e por falta de “quorum” no Plenário, não por ser um Projeto de minha autoria, mas por ser um Projeto que a Casa aprovou na época por unanimidade, possa não ter o seu exame nesta tarde. Por isso é que numa questão absolutamente pessoal, estou chamando a atenção do Plenário, sugerindo que pudesse ser feita uma Sessão Extraordinária para a análise desses Vetos, pois, segundo a Diretoria Legislativa, não permite, pelo prazo, Vetos que só vieram a Plenário no último dia, na última hora, Porto Alegre venha a ficar sem um programa de educação para o trânsito e contra a violência, que o Governo Federal está agora implantando de cima para baixo e nós já temos um Projeto aprovado desde o meio do ano nesta Casa. Além disso, o próprio Projeto dos senhores médicos do Pronto Socorro que aqui estão; além disso, do Plano de Carreira do Magistério e, além disso, uma indicação muito importante no Projeto de Lei do Ver. Hermes Dutra, que proíbe a indicação, pelo Executivo, de nomes de pessoas vivas em veículos de divulgação. É tomando esta idéia que pessoalmente vou votar contra qualquer inversão que venha ao Plenário a partir de agora, inclusive esta, porque não é possível trazer as crianças de Porto Alegre para analisar, examinar, olhar e sentir o equívoco do Executivo ao vetar o Projeto contra a violência, declarando-o contrário ao interesse público, é que voto contra qualquer inversão. As crianças de Porto Alegre poderiam merecer uma oportunidade de este Plenário examinar e discutir o Veto que a partir de agora não sei se será discutido. Eu quero votar com os Senhores, darei o meu voto para derrubar o Veto ao programa do Pronto Socorro, mas espero que tenha este Plenário número para que seja examinado e o público de Porto Alegre conheça na íntegra o que foi dado como contrário ao interesse público por alguém desejar, com a maioria do Plenário desta Casa, instituir um programa de educação para o trânsito e contra a violência na Cidade de Porto Alegre. É, ninguém melhor do que os senhores médicos para analisar o que isso pode ser feito em favor da criança, em favor do porto-alegrense, com a responsabilidade de quem declarou que fazer isso para as crianças de Porto Alegre, é contrário ao interesse público da Cidade. Portanto, é um alerta, um apelo que faço pessoalmente para manter uma posição, senhores médicos: vou votar contra a inversão, porque, diga-se de passagem, por ter sido o meu Projeto pautado em primeiro lugar, fui o único a não deter a oportunidade de não inverter o meu. Todos os outros poderiam ser invertidos e passar na frente, o meu, por força legal, não a meu pedido, mas por procedimento da Mesa da Casa, estando em primeiro lugar pode ficar para último e, conseqüentemente, as crianças de Porto Alegre perderem por este ângulo, porque certamente outro Executivo não declarará que educação para o trânsito é algo que não é do interesse público. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, a palavra com o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou aqui para fazer um apelo no sentido de que seja aceita esta inversão porque, segundo noticiam os jornais e rádios desta Cidade, às 18h30min haverá uma reunião da Bancada do PDT com os candidatos Araújo e Carrion, no sentido de tentar inverter a chapa. De modo que, se não for votado até às 18h30min, eles vão desaparecer daqui e vai passar este Veto por decurso de prazo.

Então, aprovo qualquer coisa que seja acelerar todo o trabalho antes dessa famigerada reunião que virará a Mesa a favor de Carrion Júnior. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Hermes Dutra. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1075/88 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/88, que institui gratificação por exercício de atividades médicas e paramédicas no Hospital de Pronto Socorro e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CJR. Relator Ver. Caio Lustosa: pela rejeição do Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Veto Parcial ao PLE nº 031/88. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. Primeiro Vereador inscrito, para encaminhar, é o Ver. Nilton Comin.

 

O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou ocupar apenas um minuto. Quero cumprimentar a Liderança do PDT, seu Líder Ver. Cleom Guatimozim e todos os seus Vice-Líderes e a sua Bancada, em especial a sensibilidade do Prefeito desta Cidade, Dr. Alceu Collares, que, numa reflexão profunda, entendeu que devia dar aos inativos a mesma prioridade dos funcionários ativos. O PMDB vota exatamente, e quero cumprimentar aqui o Ver. Jorge Goularte, e o nobre Ver. Caio Lustosa, pelo seu Parecer. Nosso voto é pelos inativos do Hospital de Pronto Socorro. Sr. Presidente, não gastei um minuto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Raul Casa, que inverte seu tempo com o Ver. Caio Lustosa.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores médicos e paramédicos do Hospital de Pronto Socorro, o nosso pronunciamento nesta hora, e o fazemos, inclusive, em nome da Bancada do PC do B, é apenas para reiterar aquilo que colocamos no relatório e no Parecer em que nos inclinamos, e não por favor, não por nenhuma dádiva, pela rejeição deste Veto. E também falamos em nome da Bancada do Partido Comunista Brasileiro, que é um ato de justiça que esta Câmara comete em rejeitando o Veto, a que, equivocadamente, o Prefeito Municipal apôs à Emenda, então, apresentada pelo Ver. Jorge Goularte. Apenas estamos praticando um gesto de eqüidade em relação ao Veto, porque não faz muito que o Prefeito Municipal sancionou a Lei 6.172, que deu uma gratificação especial aos procuradores e aos servidores da área jurídica do Município. O mínimo que se pode exigir do Poder Público no tratamento das categorias funcionais é que não crie privilégios, não aumente as defasagens de salário, principalmente em relação aos inativos. Veja-se que a própria Constituinte hoje é necessário que os proventos daqueles que tantos serviços prestaram, que os médicos do Pronto Socorro, que hoje estão na inatividade, estiveram por longas décadas na ativa, que tenham seus proventos atualizados e sejam revisados em bases condignas e humanas. A Bancada do PSDB, do PCB e do PC do B, portanto, tenham a certeza de que a maioria desta Casa, representada pela Bancada governista, vai se inclinar a este argumento de justiça e de eqüidade. Também louvo a posição do Sr. Prefeito Municipal, que não se torna intransigente na manutenção de um Veto, que se fosse mantido criaria uma situação de injustiça, de iniqüidade, para com esses servidores do HPS. Portanto, a nossa posição é pela rejeição do Veto e pelo restabelecimento de um tratamento equânime e justo para com os médicos do Hospital de Pronto Socorro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cleom Guatimozim, pela Bancada do PDT.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, efetivamente o Prefeito havia vetado a Emenda que estendia, aos inativos do Pronto Socorro, as vantagens dadas ao pessoal ativo e plantonista. Com o encaminhamento do Veto a esta Casa, a Bancada do PDT resolveu gestionar junto a S. Exa. e fomos designados, o Ver. Elói Guimarães e eu, para conversar com o Prefeito Municipal a respeito desse problema. E o Prefeito Alceu Collares, sensível aos problemas sociais e econômicos, autorizou, por nosso intermédio, a Bancada do PDT a votar contra o Veto que ele apôs, desde que nós, como Líder, viéssemos a esta tribuna dizer que S. Exa. havia reconsiderado os motivos de seu Veto. Nós sabemos que disposições da nova Constituição asseguram esse direito ao aposentado. Nós conversávamos com o Prefeito – este Vereador e o Ver. Elói Guimarães – quando nós lembrávamos os serviços que já prestaram aqueles que trabalharam durante anos no Hospital de Pronto Socorro, em condições que nem sequer se assemelham àquelas que temos hoje, até pelo avanço normal do instrumental e da ciência, o trabalho árduo desempenhado nos plantões e nas madrugadas. E o Prefeito Municipal transmitiu à Bancada, por nosso intermédio, que a Bancada ficava livre para votar contra o Veto, permitindo que os inativos do Pronto Socorro também recebessem esse benefício. Então, fica registrado desta tribuna e nos Anais da Casa que a Bancada do PDT não está derrubando um Veto do Prefeito Municipal; a Bancada do PDT, com concordância do Prefeito Municipal, que resolveu revisar o Veto, vota em favor do aposentado, que merece toda nossa consideração, da população que serviu. E não é só de Porto Alegre, é do Rio Grande do Sul e até de fora das fronteiras deste Estado aqueles que são atendidos no Hospital de Pronto Socorro. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero apenas um minuto para agradecer ao Cleom Guatimozim que diligenciou a liberação da Bancada para acompanhar os demais Vereadores desta Casa que votaram favoravelmente ao Projeto e à Emenda deste Vereador, que foi vetada. Nós temos certeza de que estávamos com a boa causa, que estávamos com a razão, por isso tranqüilamente aceitamos a modificação de posição do Prefeito Municipal. Que pena que ele não se deu conta disso antes de vetar. Mas antes tarde do que nunca.

E nós, hoje, estamos fazendo justiça a quem merece, nós apenas nos antecipamos à Constituição. Porque na realidade é justo que os inativos tenham os mesmos direitos que os ativos, porque os ativos de hoje serão os inativos de amanhã. E, se não forem inativos, é porque morreram antes. Então, temos que proteger quem se aposentou e que merece todo o direito daquele que está trabalhando.

Por isso, tranqüilamente, peço aos meus colegas, também em nome do Ver. Hermes Dutra, Ver. Rafael Santos, Mano José, para que se faça justiça aos médicos do Pronto Socorro, que não é municipal, que é estadual, interestadual, internacional, pois atende até os turistas, com toda a pontualidade e competência. E merecem na aposentadoria os direitos que todos têm na atividade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Aranha Filho, que encaminha em nome do PFL.

 

O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também não vou ocupar o tempo. Apenas para dizer que a Bancada do PFL rejeitará o Veto, votando a favor dos profissionais inativos do Hospital de Pronto Socorro.

Cansamos de ocupar esta tribuna e dizer que o Pronto Socorro é o orgulho de Porto Alegre, é o orgulho do Rio Grande e é o orgulho do Brasil, porque é o único hospital de emergência deste tipo na América do Sul.

Diria mais, que a história do Pronto Socorro foi feita exatamente por esses homens que dedicaram toda uma vida àquele nosocômio de urgência e hoje o Hospital de Pronto Socorro é reconhecido por toda a América Latina exatamente pela atividade desempenhada por esses homens que compõem o seu corpo técnico, homens que dedicaram toda sua vida em prol daquele nosocômio.

 

O PFL vota, portanto, contra o Veto, a favor do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e senhores funcionários que estejam com pressa, gostaria de dizer que, se houvesse boa-fé por parte do Prefeito, ele simplesmente retiraria o Veto e estava aprovado o Projeto. A minha dúvida é que, de repente, ouvimos muitos discursos, aqui, por parte do Partido do Governo, e não sei se a Bancada do Partido de situação está dando “quorum” para se derrubar o Veto. Espero que sim, porque, nós, de oposição, vamos dar o “quorum”. Não sei se o Partido de situação está dando o “quorum” para termos os 22 votos contrários. Peço que os Senhores observem isso.

De nossa parte, somos favoráveis à derrubada de todos os vetos, mesmo sabendo que não conseguiremos fazê-lo na tarde de hoje. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a votação que antecedeu a matéria, por tratar-se de vantagem de pessoal, foi votação secreta. No entanto, agora, trata-se de um Veto, que pode ser nominal, conforme art. 116 do Regimento Interno. A Mesa colocará em votação. Os Srs. Vereadores que são favoráveis à votação aberta permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para votação do PLE nº 031/88.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores para votação.) Sr. Presidente, 28 Senhores Vereadores votaram SIM.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Projeto. Rejeitado o Veto.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Rafael Santos, Raul Casa, Nilton Comin, Marcinho Medeiros, Nei Lima, Valdir Fraga, Wilton Araújo, Flávio Coulon e Elói Guimarães.)

 

PROC. 429/88VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/88, do Ver. Frederico Barbosa, que dispõe sobre a obrigatoriedade da introdução de programas educativos, dirigidos à não-violência e à educação no trânsito, nas Escolas Municipais de 1º e 2º Graus e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CUTHAB: sem parecer;

- da CEC: sem parecer.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Veto Total ao PLL nº 013/88. Inscreve-se para discutir o Ver. Marcinho Medeiros.

 

O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a gente estranha quando o Prefeito colocou o veto neste Projeto de Lei do Ver. Frederico Barbosa. Parece que a Prefeitura comete aí uma contradição, quando disse que daria preferência à educação no Município de Porto Alegre. Será que vai se resolver os problemas da educação construindo ginásios, obras, ou será que a qualidade do ensino não entra naquilo que deve ser ensinado às crianças, também não conta dentro do projeto de educação estabelecido pelo Poder Público Municipal de Porto Alegre. Estranhamos isso e queremos denunciar, também, no Sarandi, por exemplo, a Vila Sarandi no processo de zoneamento foi dividida ao meio, deixando as crianças, de uma parte da Vila, no perigo constante com a Av. Sertório, dirigindo-se para uma outra vila, e a Vila Sarandi tendo escola municipal. Coloca a metade das suas crianças no perigo constate com o trânsito da Av. Sertório. E, então, eu pergunto, será que educação é só ensinar o “bê-a-bá” ou dar uma bola de futebol para que eles corram dentro do ginásio, ou ligar a mangueira para que eles tomem banho com o calor? Educação, nós entendemos, é o preparo do indivíduo para a vida de cidadão. A preocupação maior deve ser com o cidadão. E o cidadão é toda aquela pessoa que desde pequeno esteja suficientemente preparado para exercer a cidadania e viver dentro de uma cidade, preparado para viver com os perigos constantes que nós enfrentamos na cidade. A violência, o trânsito é uma constante no Município de Porto Alegre. Se quisermos cidadãos sadios, seguros no futuro, começa-se a mudança pela educação. Nenhuma mudança é feita neste País, sem antes dar atenção à educação. Todas as mudanças que foram feitas, até agora, sem educação não se conseguiu nada.

Além disso, quero alertar, também, que tem um outro Projeto de veto dado ao Projeto do Magistério Público Municipal e que, hoje, é o último dia para a apreciação destes vetos. Eu estou aqui e gostaria que a Bancada do PMDB permanecesse junto com as demais Bancadas, para que ele fosse votado, independente da posição de cada um. Nós precisamos dar respaldo à educação neste País, começa-se com este Projeto e conclui-se com o Projeto do Magistério Público Municipal. Não é possível pensar em educação, construindo escolas, sem pensar na qualidade do ensino que nós vamos transmitir. E, para favorecer a qualidade do ensino, nós precisamos, também, colocar lá profissionais em condições de trabalho e o Plano de Carreira do Magistério Público é o que criaria, pelo menos, parte das condições para que a escola pudesse melhorar no Município de Porto Alegre, qualquer coisa, qualquer obra sem ter qualidade no seu interior, vai-se transformar num amontoado de cimento e de concreto armado. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Frederico Barbosa.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores aqui presentes, conseguimos, pelo menos, sobreviver ao Veto, no sentido de ter a oportunidade de mostrar à opinião pública o texto e o trabalho feito em torno deste Projeto que dispõe sobre a obrigatoriedade da introdução de programas educativos dirigidos à não-violência, educação no trânsito nas escolas municipais de 1º e 2º graus e dá outras providências. Projeto este, Sr. Presidente, Srs. Vereadores que comparecem à Casa, neste momento, datado de 15 de março deste ano e aprovado no dia 3 de maio, dando a iniciativa à Cidade de Porto Alegre em que o Governo Federal, há pouco mais de dois meses, manifestava-se, então, pela criação de um programa nacional de educação para o trânsito, estampado em manchete no jornal Zero Hora de terça-feira, dia 19 de julho: “Programa vai organizar o trânsito no Brasil”. Exatamente um texto que coincide com a idéia aprovada pelo Plenário desta Casa em maio deste ano, e por que, meus senhores e minhas senhoras, sugeri a introdução destes programas nas escolas de 1º e 2º graus de Porto Alegre? Muito simples: eis que o Sr. Governador do Estado, Pedro Simon, sancionou lei de um Deputado que não pertence à sua grei partidária, meu companheiro de Bancada, Dep. Tufy Salomão, que legislou sobre a disposição da obrigatoriedade da introdução de campanhas educativas dirigidas à não-violência nas escolas estaduais de 1º e 2º graus e dá outras providências. Lei nº 8.506-A, de 31 de dezembro do ano passado, onde o Sr. Governador do Estado foi sensível à iniciativa de um Deputado do PFL.

O que fiz, sabendo desta Lei? Examinei o texto e transformei em programas de educação para o trânsito e não à violência. E por que programa? Em primeiro lugar, e mostro ao Plenário o livro “Programa” – e é bom que o PDT fique sabendo que existe ou que existiu em Porto Alegre – “Educar para o Trânsito”, da Brigada Militar, Secretaria de Educação e Cultura, SMEC, Secretaria Municipal dos Transportes, DETRAN, Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, livro este que, certamente, o Ver. Mano José, que foi Secretário da Educação, já tem conhecimento e, casualmente, este que tenho em mãos, apresentado por mim, quando Secretário de Educação, no ano de 1985, e aplicado nas escolas do Município de Porto Alegre. Além disso, cheguei à conclusão de que programa – e não precisaria trazer e não vou ser maçante aos poucos Vereadores que agüentaram o final de tarde e início de noite – para dizer que este é o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, para que se chegue à conclusão do porquê de um programa, e o que é um programa educativo para um currículo escolar. Pois o Veto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e senhores que assistem esta Sessão, veio embasado na contrariedade ao interesse público.

No entanto, lembro que o conteúdo objeto da presente proposição já é ministrado no 1º e 2º grau em Estudos Sociais, em Moral e Cívica, em OSPB e em Ensino Religiosos. Segundo o texto assinado pelo Prefeito: (Lê.) “Educação para o Trânsito e Não à Violência está também ensinado em Porto Alegre no Ensino Religiosos e globalizado nas séries iniciais”.

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Ver. Frederico Barbosa, o seu tempo está esgotado. Porém, o Ver. Hermes Dutra se inscreve e cede seu tempo a V. Exa.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Obrigado. (Lê.) “Além disso” – continua o Sr. Prefeito – “a formação técnica dos professores capacita os mesmos a ministrar os referidos conteúdos”. Embasado nesta peça enviada à Casa como Exposição de Motivos, enviei ao Executivo um Pedido de Informações, que teve extrema dificuldade para ser respondido, vindo fora de prazo. Depois de muita luta, chegou ontem à tarde nesta Casa, depois das duas horas, completamente fora de prazo. Mas, calmo e tranqüilo, aguardei, porque não faz o meu gênero passar trabalhando em cima do erro dos outros e este Projeto traz, pelo menos, um equívoco de quem redigiu um Veto contrário ao interesse público, a uma matéria que diz que é para educar a criança para o trânsito e contra a violência.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu me inscrevi e cedi meu tempo a V. Exa., porque sabia que o seu tempo seria insuficiente. Como V. Exa. sabe, estou num sufoco, porque tenho uma audiência marcada para as 18 horas, mas não queria deixar passar a oportunidade, sem fazer também um registro em relação a esta questão. V. Exa. está fazendo uma avaliação mais profunda, mas eu queria deixar registrado que é lamentável que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre – e eu até admito que a Sra. Secretária tenha lá suas divergências com a forma, com o sistema – em se tratando de um assunto desta relevância, dê o simples veto dizendo que tem programas de OSPB, Moral e Cívica e Ensino Religiosos. Este Veto é um verdadeiro acinte à inteligência da Casa. Então, eu queria me solidarizar com V. Exa. e lamentar, pois nós sabemos que o Veto não será derrubado, e dizer que estou com V. Exa. Lamentavelmente, V. Exa. não teve a sorte que eu tive. Ele vetou um Projeto meu aqui, mas a Constituinte fez a mesma coisa e ele não pode vetar um projeto da Constituinte. De forma que não me resta nada mais do que me solidarizar verbalmente com V. Exa. e cumprimentá-lo, esperando que V. Exa., que há de voltar no ano que vem, apresente de novo este Projeto, que o Dr. Vilella terá a maior satisfação em sancionar um projeto desta ordem.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Muito obrigado, Vereador, e também pelo tempo que me concedeu. Pois eu tentarei ser o mais rápido possível, tendo dificuldade, porque, diante da maneira rápida e sucinta com que o Prefeito tratou o problema de educação para o trânsito e contra a violência, eu não tenho outra solução a não ser examinar alguns itens do famoso Pedido de Informações que chegou se arrastando, nesta Casa, depois dos prazos já vencidos. Quero deixar claro que o meu Pedido de Informações foi integralmente baseado nos princípios alegados pelo Veto, as perguntas foram claras e objetivas e. mesmo assim, não foi possível nem achá-las, eis que de 6 quesitos, apenas 2 foram respondidos, de um total de 15 questões formuladas ao Executivo, apenas duas foram respondidas, 15 distribuídas entre os vários quesitos: a primeira e a segunda; o quesito 6 foi mal interpretado, pois a resposta informa que o Município não possui escola de Magistério, fato que inviabiliza apresentar as disciplinas no currículo de formação dos professores que os capacitam a ministrar aulas sobre trânsito e não à violência. Ora, Sr. Presidente, isso era afirmado no texto do Veto encaminhado pelo Executivo, e daí a pergunta, exatamente daí a pergunta, sobre o quesito 1º, a resposta diz: “algumas escolas trabalham os conteúdos diluídos em várias disciplinas, especialmente Moral e Cívica”, e lembrem que eu disse que no texto do Veto fala em Ensino Religioso, e aqui na resposta do Pedido de Informações, que se arrastou do Paço Municipal até aqui, diz que “existem alguns diluídos em várias disciplinas, especialmente, Moral e Cívica”; o Projeto foi vetado integralmente pelo Executivo, através da afirmação de que o programa em questão é prática comum que já faz parte do currículo de várias disciplinas ministradas a toda a população de alunos de 1º e 2º graus; sobre o quesito 2º, embora no Veto seja afirmado que o programa educação para o trânsito e não à violência está incluído nas disciplinas de Estudos Sociais, Moral e Cívica, OSPB e Ensino Religioso, o Ofício que responde o PI, no 2º parágrafo, informa que não há capítulo específico sobre a educação para o trânsito e não à violência e pasmem, os dois foram assinados pelo mesmo Prefeito de Porto Alegre; o Veto e o PI que tenho aqui, à disposição, e já conferi, não precisa firma reconhecida, as duas assinaturas são do mesmo Prefeito, do Prefeito de Porto Alegre. Apenas diferenças de datas e certamente as duas informações, do Veto e do PI, muito mal dadas para o Sr. Prefeito de Porto Alegre. Vejam bem, não há capítulo específico para “Educação para o Trânsito e Não à Violência”, dirigido tecnicamente ao aperfeiçoamento dos educandos que freqüentam os 1º e 2º graus das escolas municipais. Isto responde a tudo e demonstra cabalmente que os motivos que geraram o Veto são insustentáveis, no meu modo de ver. Meus senhores e minhas senhoras, quais sejam, posso continuar, de que a rede escolar do Município possui programa educativo sobre educação para o trânsito e não à violência, regularmente ministrados. São insustentáveis essas afirmações. Sobre o quesito 5, nada foi informado. Solicitei no quesito 5: (Lê.) “Sobre o protocolo de intenções...” até 2 “...pela FELAN, pelo DNER e tantos outros”. Volto a mostrar ao Plenário: aqui está o livro que alguns não conhecem. Em 1985, aplicava nas escolas este protocolo. Livro apresentado por mim, enquanto Secretário da Educação e Cultura de Porto Alegre e firmado por todos os órgãos aqui citados. É lamentável que se perca a oportunidade de rever o que é um programa, a união de todo este material que, segundo o Prefeito, está diluído nas matérias, inclusive de Ensino Religioso, e que passe a fazer parte de um programa compacto, eis que não fiz este Projeto para esta Administração, não fiz para outras administrações, fiz para a população estudantil de Porto Alegre, que não sei por quem será o Executivo dirigido a partir de 1º de janeiro. Espero que pela consciência, integridade e pelo trabalho e a dedicação do meu candidato Guilherme Socias Villela, mas não sei quem será, mas esperava isso sim que quem chegasse à Prefeitura a 1º de janeiro encontrasse a oportunidade legislada e aprovada pela maioria deste Plenário de um programa de educação para o trânsito e não à violência, computado pela atual Administração como absolutamente contrário ao interesse público da Cidade de Porto Alegre. O País implanta, de cima para baixo vamos receber, a Câmara de Porto Alegre legisla, o Executivo diz que é contrário ao interesse público.

 

O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Frederico Barbosa, a quem como nós estamos acostumados a ver o comportamento do Executivo, este episódio não surpreende mais. Nós tivemos um projeto aprovado, unanimemente aprovado por esta Casa, de preservação do patrimônio histórico e cultural natural da Cidade e o Prefeito também vetou por este motivo. Um gesto realmente que escandalizou aqueles que o conheceram até fora daqui como o caso de companheiros lá de São Paulo que tiveram oportunidade de ver as razões do veto também no mesmo estilo contrário ao interesse público, projeto justamente que visava a preservar na maior amplitude o interesse ambiental da Cidade.

Agora, eu louvo o esforço de V. Exa. tentando ainda demover a Bancada do PDT, que agora só encontra-se aqui o ilustre Ver. Ennio Terra e o Ver. Valdir Fraga. Mas fica claro então e é preciso que a população conheça este estilo de fazer as coisas. Ainda há pouco, eles estavam aqui para votar o caso do Pronto Socorro, para tentar se reabilitar perante o funcionalismo do Pronto Socorro e assim mesmo porque o Prefeito, dentro da sua prepotência, não se dignou num gesto que seria saudável, de retirar o Veto que ele poderia fazer e não fez. Mas, como ele é todo-poderoso, ele tem assim uma auto-suficiência digna de todos os maiorais do Planeta, então ele não se dignou a retirar. Mas tudo bem, no caso do Pronto Socorro até que eles se comportaram. Agora, nós temos 3 Vetos, inclusive o do Projeto de V. Exa., que se reveste de todo o interesse público possível, que ameaçam permanecer por causa desta ausência da Bancada do dito socialismo moreno, que está lá, em outro recinto resolvendo as suas crises internas. Então, o povo tem que saber que um Veto importante num Projeto como este, mais outro, relativo ao Magistério Público, ao pessoal da área da Cultura, também estão arriscando de serem mantidos pelo simples fato de os Vereadores do PDT não comparecerem a Plenário neste derradeiro dia de apreciação. Eu louvo o trabalho de V. Exa. e pode ser que as coisas se modifiquem até o final da Sessão, mas estou duvidando. De qualquer forma, acho que, na próxima Legislatura, no ano que vem, este Projeto vai ter todas as condições de ser aprovado e mantido.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Agradeço o aparte de V. Exa. Sr. Presidente, agradeço também a cedência do tempo do Ver. Aranha Filho, que pretenderei não ocupar todo, até porque não desejo pelos problemas ocasionados hoje à tarde neste Plenário, importunar, porque me parece que deve sair uma reunião aqui que, segundo me consta, é do próprio PDT e que as pessoas que estão aqui não merecem que eu permaneça na tribuna atrapalhando, mas merecem saber que o Prefeito de Porto Alegre vetou um projeto de educação para o trânsito e não à violência, por ser contrário ao interesse público da Capital do Estado. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não poderia deixar de usar este espaço e para finalizar o resumo da história deste Projeto está dado à população de Porto Alegre. Tivemos a oportunidade, o Plenário aprovou, o Prefeito vetou e a ausência dos Vereadores do PDT pode significar e creio que significará a falta de oportunidade para o novo Executivo, não para este, porque tive o cuidado de colocar na Lei que esse Projeto, aprovado, deveria ser regulamentado e submetido ao Conselho Estadual de Educação e, evidentemente, deveria ser oficializado, deveria ser estudado e reestudado pelas pessoas. Tive o cuidado de retirar do texto do Dep. Tufy Salomão, aprovado e sancionado pelo Governador Pedro Simon em 31 de dezembro, de que quem deveria dar as tintas – entre aspas – era a Secretaria dos Transportes, porque acho que educação deve ser feita pela Secretaria de Educação, que tem técnicos competentes que extrapolam uma administração, técnicos absolutamente competentes que lá permanecerão, independente do Prefeito que venha ocupar a cadeira do Paço Municipal em 1º de janeiro próximo. Portanto, encerro, como disse o Ver. Caio Lustosa: fiz o que era possível. Não usei esse Projeto politicamente, como alguns fazem. Calei totalmente até esta data. Recebi o Veto, e sobre ele não falei. Recebi o Pedido de Informações com quilômetros de atraso, e não abordei esse episódio. Apenas fui obrigado, agora, a analisar o fato concreto do Veto e tentar derrubá-lo nesta oportunidade. Certamente entendo que os acenos de uns fazem com que eu entenda que vou também...

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, a Mesa interrompe V. Exa. para prorrogar a Sessão, pois, do contrário, deveríamos findá-la. Em votação. (Pausa.) os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Não bastasse todo o episódio da tarde de hoje, onde quero, inclusive, junto à Mesa, lastimar que o Veto tenha sido colocado no último prazo que, acontecendo o que aconteceu agora, passe por decurso de prazo. Quero deixar bem claro e lastimar o que aconteceu e que tenha sido votado, nesta tarde, das 14 às 17 horas, um Projeto que não tinha prazo, para colocar as roletas nos táxis-lotação da Cidade. Não é porque votei contra, mas não tinha prazo nenhum para ser votado. Poderia ser votado hoje, sexta, segunda, quarta, enfim, qualquer dia de votação desta Casa. Pois os Vetos ficaram prejudicados pela insistência da votação deste primeiro Projeto, que absorveu, praticamente, toda a tarde. E agora as crianças de Porto Alegre que continuem tendo noções de educação para o trânsito e não à violência, através do que diz o Sr. Prefeito de Porto Alegre, através das cadeiras de Ensino Religioso, OSPB, Moral e Cívica e etc., bem como disse uma Vereadora quando esta Casa recebeu o Veto: provavelmente Ensino Religioso ensine educação para o trânsito ou como se chegar ao céu, mas, certamente, nada em desabono do Ensino Religioso, não é educação para o trânsito e não é contra a violência que se ensina num programa objetivo de trabalho para as escolas de 1º e 2º grau do Município.

Dou o aparte ao Ver. Raul Casa e aviso a platéia que vou encerrar porque de nada adiantaria continuar porque a Bancada do PDT ali está muito bem representada pelo Ver. Ennio Terra, pelo Ver. Valdir Fraga, pelo Ver. Presidente Brochado da Rocha e por futuros Vereadores que, certamente, por aqui estão e concorrem nas próximas eleições, além da incansável funcionária desta Casa e do Executivo Municipal que teve que me ouvir durante mais de uma semana, pedindo que não deixasse que fosse denunciado o atraso do Pedido de Informações que por Lei o Prefeito deveria ter cumprido há bastante tempo e enviado a esta Casa.

 

O Sr. Raul Casa: Com as honrosas exceções que V. Exa. menciona da Bancada do PDT, eles estão muito mais ocupados com o acidente de percurso que está, provavelmente, ocorrendo. Ali, Vereador, não há problema de educação para o trânsito, ali vai haver um atropelamento mesmo.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lastimo, mas encerro e eu preferiria ficar aqui muito mais tempo, dizendo o que aconteceu com este Projeto. Sou suspeito porque o Projeto é meu, mas lastimo que outros tenham ficado sem esta oportunidade. Espero voltar a esta Casa e reapresentá-lo em 1º de janeiro para o Prefeito que assumir em 1º de janeiro. Era isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar me permita saudar os futuros colegas, candidatos a Vereadores pelo PDT, aqui nesta sala. Tenho certeza de que o faço em nome das demais Bancadas aqui presentes, fazendo votos que tenham aprendido bem a lição de hoje. Em primeiro lugar, os que estavam aqui há bastante tempo viram, quando se votou matéria de interesse dos empresários estavam todos os Vereadores do PDT aqui nesta sala. Agora, é um Veto, matéria de professora, é matéria de ensino, isto não tem IBOPE nenhum, não tem repercussão nenhuma, então desapareceram.

Mas saúdo...

 

O SR. VALDIR FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Vereador está encaminhando ou está brincando? V. Exa. tem que pelo menos respeitar a Bancada do PDT e as pessoas que estão aqui.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Me desculpe, retiro, estão todos presentes aqui, retiro o que disse, que estão ausentes. Estão todos presentes. Agora, vou continuar. Atenção, taquigrafia, estão todos presentes, da Bancada do PDT, no Plenário. Gostaria de saudar a presença dos Senhores e dar-lhes um pequeno conselho.

 

O SR. VALDIR FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria que V. Exa. pudesse fazer verificação de “quorum”.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Mas vai passar por decurso de prazo. É isso que ia denunciar aqui. Agora está consumado. Querem consumar...

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de informar ao Sr. Valdir Fraga que, como o “quorum” para discussão são 11 Vereadores, uma análise visual indica que há “quorum”.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Só gostaria de saber, Sr. Presidente, o seguinte: se posso saudar os futuros colegas candidatos a Vereador pelo PDT, dentro da discussão desse Projeto. Posso?

Então vou saudar. Acho que é uma reunião muito importante, que vai acontecer hoje aqui e quero dar a minha opinião. Senhores, vou discutir o problema da candidatura majoritária do PDT. Quero lhes dizer que qualquer mudança nesse sentido só favorece aos atuais Vereadores detentores de mandato: a virada na mesa só interessa a quem já está aqui. Quem ainda está fora daqui não interessa. Vou continuar a discutir o Projeto. Tomem nota disso para não entrarem em fria.

Estamos aqui, no último dia, discutindo dois Projetos que vão passar por decurso de prazo, porque a Bancada do PDT, brilhantemente representada pelo Ver. Valdir Fraga, que cumpre o doloroso dever de ficar aqui agüentando todo esse nosso protesto, porque se trata de um excelente Vereador, que assegura a presença da Bancada do PDT, enquanto seus colegas conchavam ali por fora, poderiam estar aqui, porque a matéria é importante. Aqui colocamos horas e horas de estudo. É o Projeto do Magistério, que o Prefeito vetou um dos artigos, que afeta diretamente os professores do Centro de Cultura, isso foi exaustivamente estudado. O Relator desse Projeto fui eu. Estudei durante várias horas, dou o Parecer e o Parecer, agora, não vai à votação, porque não tem “quorum”, o PDT não assegura “quorum”. O Projeto do Ver. Frederico Barbosa, que aqui veio trazer a sua indignação, não vai à votação, porque sequer vai à votação, numa manobra consciente, é para não deixar ocorrer a votação.

 

A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço o aparte, porque estamos em Ordem do Dia e não sei se não será pedida a verificação de “quorum”, no momento em que pedirmos Liderança. Gostaríamos de incluir no pronunciamento de V. Exa. o nosso protesto pelo que ocorreu nesta tarde, nesta Casa, quando – V. Exa. disse – no momento em que foi votada matéria de interesse de uma minoria empresarial em detrimento da maioria da população usuária desta Cidade tivemos o “quorum” qualificado para tal, com concurso da Bancada do PDT. Quero saudar, inclusive, companheiros de luta do PDT que se encontram no Plenário, candidatos a Vereadores e que esperamos serão assíduos e estarão aqui exercendo aquilo para que a população nos elegeu e o mínimo, dando “quorum” nesta Casa para que se vote matéria de interesse como dos projetos há pouco defendidos pelo Ver. Frederico Barbosa, outro do Ver. Hermes Dutra, e entendo de interesse da Cidade de Porto Alegre e, fundamentalmente, o projeto de própria origem do Executivo Municipal, ao qual foram colocadas Emendas nesta Casa, Emendas trabalhadas pela Diretoria e pelas entidades representativas dos senhores professores, votadas favoravelmente nesta Casa, inclusive pela Bancada do PDT, do Plano de Carreira, o que inviabiliza se não derrubarmos esse Veto a essas Emendas, à própria administração, que, diga-se de passagem, ótima, feita no Centro de Cultura pelo Prof. Felizardo, do PDT, o qual admiramos pelo compromisso que tem com a cultura, com a arte e luta popular e com os interesses da população.

Quero registrar o meu veemente protesto e sugerir à Mesa da Casa que há mecanismos de alto-falantes, que sejam ligados e que os Vereadores do PDT voltem ao Plenário para derrubar ou não o Veto, mas que tenham a coragem de vir aqui cumprir com aquilo para o que foram eleitos, votar favorável ou não matérias de interesse da comunidade e do próprio Governo Municipal.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Incluo o aparte de V. Exa., que honra o meu pronunciamento. Infelizmente ninguém mais faz eles voltarem hoje. Saúdo a presença do Ver. Kenny Braga aqui na Casa e tenho certeza de que, se estivesse no exercício, estaria aqui firme como sempre esteve, como um dos Vereadores mais assíduos aqui neste Plenário. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou encerrar, justamente para que fique bem claro que esses dois Projetos, de interesse dos professores e da educação, vão ter os seus Vetos aprovados pelo Sr. Prefeito, por esta Câmara por decurso de prazo, por falta de “quorum” para ser votada a matéria. Por derradeiro, eu gostaria de dizer que o meu caro amigo Carlos Araújo não merece algumas das manobras que estão tentando preparar para ele e que eventualmente, hoje, serão aqui acionadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CAIO LUSTOSA (Questão de Ordem): A questão se refere ao prazo para apreciação destes vetos. Eu gostaria que a Mesa, em definitivo, esclarecesse se é hoje ou não o derradeiro prazo de vetos de cada um destes Projetos, porque, durante a tarde inteira, a Diretoria Legislativa se revezou, ora dizendo que é hoje, ora que não é hoje. Eu acho que precisa ficar bem esclarecido isso, porque não podemos ficar ao sabor de interpretações momentâneas e casuísticas.

 

O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Respondendo a V. Exa. e à Verª Jussara Cony, também, que pedia que a Mesa diligenciasse em chamar os Vereadores, eu queria dizer que a Mesa tomou a decisão de unificar todas as votações nas quartas-feiras justamente para evitar de ter que chamar por alto-falante que, por sinal, não existe.

Em segundo lugar, eu diria a V. Exa. que a Presidência informa que a contagem de tempo que me foi passada é que os Projetos referentes ao Magistério têm um prazo final hoje. É esta a informação que eu transfiro a V. Exa.

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu pediria a V. Exa. que repetisse, por favor, que a Mesa decidiu colocar os Projetos em votação somente às quartas-feiras.

 

O SR. PRESIDENTE: A decisão do Sr. Presidente da Casa e, por conseguinte, da Mesa, define que o Presidente organize a pauta. E o Presidente organizou a pauta de quarta-feira com todos os projetos que poderiam ter sido votados na quarta-feira. É esta a posição no momento.

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Os Vetos que estão sendo analisados hoje poderiam constar na pauta da reunião de segunda-feira?

 

O SR. PRESIDENTE: Eu não tenho esta informação. Informo que apenas um teria condições. Mas, daqui a minutos, lhe darei essa informação.

 

O SR. ARANHA FILHO: Quero registrar o meu protesto pela decisão do Sr. Presidente e da Mesa, colocando os projetos apenas nas quartas-feiras para serem votados. A explicação de que estamos frente a uma eleição não nos convence, a nós, particularmente.

 

O SR. PRESIDENTE: Será comunicado ao Sr. Presidente, Ver. Brochado da Rocha.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA (Questão de Ordem): Gostaria que V. Exa. repetisse que só um desses Vetos tem prazo fatal hoje. Inclusive, o Veto do Projeto de minha autoria deu ingresso na Casa durante o recesso parlamentar. Portanto, contou a partir do primeiro dia, se não me engano. Consultei a Diretoria Legislativa, durante algum tempo da tarde, inclusive tentando junto a V. Exa. a possibilidade de convocar uma Sessão Extraordinária amanhã, e a afirmativa foi de que o Veto expirava hoje. Inclusive, o meu Líder, Ver. Raul Casa, trouxe essa informação de que não adiantaria que seu liderado pudesse tentar uma Sessão amanhã, para que o PDT tivesse tempo de comparecer à Casa e analisar os Projetos de interesse da Cidade. Na verdade, eu só pediria a V. Exa. que confirmasse, porque V. Exa. acaba de dizer que só há um deles.

 

O SR. PRESIDENTE: Creio que me expressei mal ou fui mal entendido. Respondi que só um dos processos pode ser votado na sexta-feira. Os Projetos do Magistério têm que ser votados hoje, o de sua autoria e o Projeto do Pronto Socorro. A informação que me pede será daqui a minutos, para vermos quais dos processos estava em condições, segunda-feira passada, de entrar em pauta.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Só quero dizer a V. Exa. que, sem querer interferir na Mesa, o Projeto de minha autoria, vetado pelo Prefeito, já está em condições de vir a Plenário há muito tempo, eis que ele veio, inclusive, sem parecer. Tanto faz chegar aqui na segunda como na quarta-feira e, realmente, já estava anunciado, e o pedido que fiz é que fosse analisado em tempo hábil. O parecer, que foi designado o Ver. Paulo Sant’Ana, não foi dado, até para surpresa minha, porque fui procurado pela assessoria do Vereador há bastante tempo, que me informou que estaria dando o parecer sobre o Projeto.

 

O SR. FLÁVIO COULON (Questão de Ordem): Exatamente a mesma Questão de Ordem que fez o Ver. Aranha Filho. Em primeiro lugar, lamentar a decisão do Sr. Presidente de, num ato unilateral, ter determinado que só nas quartas-feiras haverá a votação de Projetos. Ao que me consta, pelo menos o Ver. Lauro Hagemann, consultado, me confirmou que não foi decisão da Mesa, e lamentar, também, as infelizes declarações do Sr. Presidente, que, usando o jornal, hoje, declarou que alguns usam a Câmara como escada para se eleger. Se ele se referiu àqueles que normalmente usam a tribuna e trazem os assuntos à tribuna para lançar as suas farpas, eu assumo, porque acho que uma das armas que tem o Vereador é aquela tribuna, e o Sr. Presidente está querendo cassar exatamente esta manifestação democrática dos Vereadores, unilateralmente.

 

O SR. PRESIDENTE: Sem querer me debater com V. Exa., mas para ser bem entendido, eu afirmei que o Sr. Presidente havia decidido organizar a pauta e a sua decisão, por ser o Presidente, se torna uma decisão de Mesa, que não foi discutida, efetivamente.

Em votação. (Pausa.) Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 19 Srs. Vereadores votaram SIM.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Projeto. Mantido o Veto.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Caio Lustosa, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Marcinho Medeiros, Nei Lima, Nilton Comin, Raul Casa, Valdir Fraga e Wilton Araújo.)

 

PROC. 1010/88 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 028/88, que estabelece o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal; dispõe sobre o respectivo Plano de Pagamento e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela rejeição do veto aposto ao art. 58 e aceitação do veto nos demais artigos vetados;

- da CFO, da CUTHAB e da CEC: sem parecer.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Para discutir, com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não temos a menor expectativa de derrubar o Veto, mas deixamos registrada a contradição que se verifica em relação à Administração Municipal, a mesma Administração que cria uma Secretaria de Cultura, depois esvazia absolutamente esta Secretaria de Cultura, por vontade unilateral de uma Secretária, passando inclusive por cima de outro companheiro de cargo, que é o Secretário da área de Cultura. O que nós temos é o esvaziamento literal da Secretaria de Cultura através de dois ataques simultâneos. O primeiro dos quais, exatamente, através do Veto à Emenda ao art. 58 do Plano de Carreira dos professores municipais, quando por responsabilidade da própria Administração, como manda a Lei que instituiu a Secretaria de Cultura, o Sr. Prefeito Municipal não enviou a esta Casa o quadro funcional da Secretaria de Cultura. Em decorrência, os professores municipais que ao longo dos anos atuaram na Cultura e, sem dúvida nenhuma, atuaram com excelente qualidade, tanto é que a Secretaria de Cultura conseguiu se viabilizar depois de criada e antes a Divisão de Cultura conseguiu cumprir com as suas funções exatamente graças a esses professores, eles foram deixados de lado no Plano de Carreira do professorado e deixados de lado significa acabar recebendo salários menores que os técnicos municipais e se comparados com os professores acabaram recebendo um salário que chega a 45% ou 50% apenas do novo salário do professor municipal. É evidente que nós não temos nada contra a ampliação do salário do professor público municipal e até entendemos que ele deva receber mais, mas o que buscamos fazer com esta Emenda, de nossa autoria, foi de garantir um direito mínimo dos professores, muitos dos quais ao longo de toda a sua carreira funcional e o Ver. Kenny Braga conhece bem esta situação porque acompanha a situação da cultura do Município. Há professores que entraram na hoje Secretaria Municipal de Educação e Desporto, a antiga SMEC, pela porta da cultura, quer dizer, jamais foram a uma sala de aula e tiveram que ser registrados enquanto professores porque na verdade a SMEC não dispunha dos cargos específicos e dou um exemplo: a professora Marion Meirelles, um exemplo claro, criadora, montadora, primeira Diretora do Arquivo Público de Porto Alegre, ela é historiadora, mas, como a Prefeitura jamais teve o seu quadro de funções, o quadro de pesquisador em História ou de pesquisadora de museu, ou de museóloga, alguma coisa semelhante, ela foi então integrada ao Quadro Municipal na condição de professora. Jamais lecionou na vida em nível de Município, embora não seja professora, na Universidade, professora de História. Hoje esta professora está fora das vantagens do Quadro Funcional da SMED porque continuou cumprindo com o seu trabalho, com a sua função no órgão para o qual foi destinada originariamente: a cultura, o museu, o arquivo. E assim poderíamos citar tantos e tantos funcionários. O segundo golpe veio há poucos dias, foi amplamente noticiado, inclusive. A titular da SMED, através de uma Portaria, obrigou a todos os professores a retornar de qualquer maneira, para a Secretaria de Educação. Felizmente aqueles que tiveram coragem de resistir e fizeram uma representação jurídica ganharam. O juiz deu uma liminar que certamente confirmará o seu julgamento em relação ao mérito. Exatamente por esta questão queria deixar bem claro, nós não queremos que estes professores fiquem infinitamente na condição de professor fora da sala de aula, na Secretaria de Cultura. O que nós reclamamos é que, se não se cumpriu o quadro da Cultura, se não se instituiu o quadro da Cultura para que eles fizessem um concurso e se adaptassem a esta exigência, não foi culpa destes professores: foi uma culpa - se é que esta palavra vale - foi uma responsabilidade da Administração Pública, do próprio titular da Cultura, da sua equipe, de uma certa maneira, da administração da educação, da Administração Municipal, e, em última análise, do Prefeito Municipal, que não cumpriu a sua própria Lei, que deixava claro: tem de fazer o quadro do funcionalismo da Cultura municipal. O que nós enfrentamos hoje é exatamente o esfacelamento da área cultural. Dou um exemplo: o companheiro Mauro Soares, por exemplo. Hoje ele se desdobra na direção do Auditório Araújo Vianna e no Teatro de Câmara, simultaneamente. Corre de um lado para o outro, porque realmente não tem gente. Quer dizer, se ele está num lado, o teatro está fechado, se ele está aqui, o auditório está fechado. Não há gente para trabalhar nas salas de cultura. O Prof. Joaquim Felizardo teve que às pressas conseguir alguns funcionários burocráticos e alguns estagiários para poder suprir o trabalho e conseguir manter os teatros, as salas, as bibliotecas, abertos. Agora, nós enfrentamos este quadro triste de que não temos “quorum” suficiente para derrubarmos este Veto, para garantirmos a permanência desses professores na área da Cultura, ganhando um salário digno, justo, respeitável, enquanto professores que são porque assim chegaram ao Município e, com isso, evidentemente, os que voltaram à SMED para lecionar estão deslocados, porque realmente não é a área de trabalho deles e neste sentido o Município não vai usar o melhor da capacidade desses profissionais e ao mesmo tempo os que ficaram, através do recurso jurídico, ficam também penalizados porque não podem trabalhar no seu máximo junto aos órgãos a que estão vinculados na área cultural e nós não temos como impedir isso, porque vamos agora - na votação não conseguimos sequer votar e o Projeto passará por decurso de prazo. Fica, então, ao menos o nosso registro, o nosso protesto e a nossa esperança de que, na medida em que tramita na Casa um Projeto em que se institui um quadro às pressas, de última hora, de quebra-galho na área da cultura, ao qual agregamos um Substitutivo depois de uma longa discussão com aqueles funcionários que permaneceram, com o próprio Secretário Municipal de Cultura, a partir de uma promessa do Prefeito Collares de que a Câmara poderia emendar, poderia modificar o Projeto original. Nós esperamos que, na segunda rodada desta discussão, nós possamos melhorar esta situação porque realmente a área de Cultura, que recebeu do Prefeito Collares uma atenção, continue nesta situação até o final de sua Administração, que não termine o Prefeito Collares o seu mandato com esta marca tão negativa, de ter sido responsável pelo esvaziamento absoluto do setor de Cultura, que em Porto Alegre responde por 80% dos espaços culturais da Cidade. Os teatros municipais, a biblioteca, os arquivos, os museus, mantidos, administrados pela Prefeitura hoje somam praticamente 80% dos espaços da Cidade, atuando precarissimamente, exatamente, pela imposição de um único Secretário que resolveu impor a sua vontade, de qualquer maneira, inclusive à revelia de outros colegas Secretários, o que é lastimável.

Portanto, o nosso registro e a nossa lástima, esperando que se tenha melhor chance na próxima votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa comunica o deferimento de Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando que o art. 58 do Projeto seja votado em destaque. O Sr. Secretário procederá à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação do Projeto com ressalva do destaque.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 18 Srs. Vereadores votaram SIM e 01 votou NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Projeto. Mantido o Veto.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Caio Lustosa, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Marcinho Medeiros, Nei Lima, Nilton Comin, Raul Casa e Valdir Fraga. Votou NÃO o Ver. Paulo Satte.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o art. 58 do Projeto, que foi destacado. Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores e colhe os votos.) Sr. Presidente, 17 Srs. Vereadores votaram SIM e 01 votou NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o art. 58 do Projeto. Mantido o Veto.

 

(Votaram SIM os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Caio Lustosa, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Marcinho Medeiros, Nei Lima, Nilton Comin e Raul Casa. Votou NÃO o Ver. Paulo Satte.)

 

(Nota: Os anexos pertencentes ao PLE nº 028/88 estão arquivados no Setor de Arquivo, no Processo nº 1010/88.)

 

PROC. 0604/88 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/88, do Ver. Hermes Dutra, que proíbe a indicação, pelo Executivo Municipal, de nomes de pessoas vivas em veículos de divulgação que utilize e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela rejeição do Veto Total;

- da CUTHAB: sem parecer.

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir o Projeto, inscreve-se o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou discutir, até porque aproveito a presença dos candidatos do PDT aqui. Este Projeto que o Prefeito está vetando é aquele Projeto que impediria que os Secretários de Município, os concorrentes de vocês, colocassem as placas de eles fazerem, durante quatro anos, propaganda. É esse Projeto que ele vetou. É aquele que impediria - é uma pena que não está aí, esse deve estar tramando a queda do Araújo, o Castan - o Dr. Nélson Castan de colocar em todos os ônibus da Carris, circulando pela Cidade durante quatro anos, o seu nome: esse ônibus fui eu que comprei, vote em mim. E é esse que o Prefeito de vocês esta vetando. (Murmúrios nas galerias.) O Prefeito de toda a Cidade, reconheço, mas o Prefeito do PDT. Esse Projeto saiu desta Casa exatamente para evitar o festival de placas com o nome do Prefeito, do Vice-Prefeito, do Secretário, do Vereador que conseguiu a verba e assim por diante. Foi essa a razão desse Veto e vale, vejam bem, valeria para o futuro Prefeito Antônio Britto, a partir de novembro deste ano. Seria contra o PMDB! Seria um Projeto que eu não vejo o porquê de o Prefeito ter vetado, porque nós, agora, a partir do ano que vem, com esse Veto, a Secretaria da Saúde, por exemplo, vamos colocar bastantes placas: Ver. Nilton Comin, Secretário da Saúde, por exemplo, e assim vai. Vamos aproveitar! O Prefeito quer o nome, a partir do ano que vem: Antônio Britto, Mercedes Rodrigues e os Secretários. Vamos mudar a pintura ali da Cia. Carris.

 

O SR. RAUL CASA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta Casa tem um Regimento, e eu peço a V. Exa., que honra o nosso Partido, ao presidir os trabalhos, que procure manter o Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE: Procurarei manter, dentro das circunstâncias.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Eu não senti nada, pelo contrário, acho até que recebi homenagens e aplausos, porque não me parece que as pessoas sejam masoquistas, que gostem de sofrer, que todos os candidatos do PDT estejam satisfeitos com este festival de propaganda! Por exemplo, o Ver. Paulo Satte, antiga SMAM, realização Paulo Satte, várias obras, com várias placas. Mas é assim que os candidatos novos vão perdendo espaço. Aqueles que não têm uma Secretaria, que não têm um órgão do Governo, perdem espaço. É isto que as pessoas têm que perceber. Até quando a Justiça Eleitoral cria esta enormidade de problemas para nós, candidatos, este Projeto vinha neste sentido: exatamente deixar todo mundo igual perante a opinião pública. Agora, para minha surpresa, o Prefeito Alceu Collares, que eu tenho certeza, não tem preferência de candidato a Vereador, impede uma iniciativa que seria moralizante. Para que esta história de nome? Não é possível fazer uma placa sem o nome de ninguém? Realização da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, realização da Secretaria Municipal de Educação. Para que este culto à personalidade? E foi esta a intenção do Ver. Hermes Dutra, que, interpretando os sentimentos da parte majoritária desta Casa, que aprovou este Projeto, votou a favor de vocês especialmente, que são candidatos sem ter o mandato popular, que têm, exatamente, esta grande dificuldade de não ter este mandato, como nós temos, pois temos uma grande vantagem em relação aos senhores e que não têm esta vantagem de terem o nome pintado, pela Cidade, gratuitamente em placas, cada vez que fazem uma pequena obra. Então, era este o sentido e eu tenho certeza absoluta de que o Prefeito Alceu Collares não foi devidamente alertado para o alcance desse Projeto, porque ele estaria fazendo, exatamente, além de uma atividade altamente moralizante no serviço público, ele não estaria repassando ao nosso futuro Prefeito - e eu já assumo aqui o compromisso com os senhores, não vamos botar nomes em placas a partir do ano, em obras da nossa Prefeitura, independente de ser ou não aprovado este Projeto, assumo este compromisso aqui desta tribuna, com a consciência de quem vai ganhar esta eleição.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite? (Assentimento do orador.) Já disse a V. Exa. que não assuma compromisso em nome do PMDB, porque ele não honra compromisso nenhum; até hoje não pagou nenhum compromisso.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Nós, do PMDB, assumimos o compromisso, cobraremos do nosso Prefeito, Antônio Britto, a partir do ano que vem, e com a ajuda da brilhante Bancada do PDT, no momento ausente, mas brilhantemente representada por um de seus maiores líderes, pelo menos, uma de suas inteligências mais superiores, o Ver. Werner Becker, estará aqui, ano que vem, para nos cobrar, independentemente do veto do Prefeito, nós, a partir do ano que vem, não colocaremos os nossos nomes em placas de obras públicas, porque obra pública é obra do povo, não pertence a ninguém particularmente, mas a nós, povo de Porto Alegre. Era isso, Sr. Presidente, lamentando esse Veto do Prefeito, e encaminhando, desde já, pela rejeição desse Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Werner Becker.

 

O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores funcionários da Casa, companheiros do PDT aqui presentes. Quero, em primeiro lugar, dizer que compareço a esta tribuna em homenagem aos que aqui estão presentes, porque é um momento muito raro, é dos poucos momentos onde alguém do PMDB pode falar e alguém do PDT tem espaço para responder, porque eu não vi o Ver. Flávio Coulon reclamar todo dia na televisão aquela demagogia diária de espaço e televisão - Governo Pedro Simon.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. esta se referindo à propaganda do CIEM?

 

O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, gostaria de que V. Exa. me assegurasse a palavra. O Ver. Flávio Coulon não consegue manter a ordem na Praça da Matriz, quando a polícia bate em professor, mas aqui não é a mesma coisa. Aqui tem ordem regimental. Obedeça a Lei.

 

O SR. PRESIDENTE: Imaginava que o Ver. Flávio Coulon fosse pedir um aparte, motivo pelo qual liguei o som, mas o aparte será retirado dos Anais.

 

O SR. WERNER BECKER: Gostaria que V. Exa. descontasse o tempo, mesmo porque, está no Regimento Interno, o aparte é uma pequena intervenção para esclarecer alguma coisa e o PMDB, em matéria de esclarecimento, não tem nada, atualmente. Só para dizer que as coisas aqui não passam em branco, eu gostaria de ouvir uma indicação da Bancada do PMDB pedindo que a LBA deixe de fazer seus boletins à custa da miséria alheia, onde se faz, pura e simplesmente, propaganda da LBA. Gostaria que a Bancada do PMDB se insurgisse contra aquela matéria paga de página inteira, o dia inteiro, que custa milhões de litros de leite, milhões de quilos de pão, do Governo Pedro Simon. Gostaria que a Bancada do PMDB explicasse por que aquela verba faraônica do “Tudo pelo Social” do Governo Sarney e não venha ela me dizer que não tem nada com isso. Porque o aval sarneísta da chapa do PMDB está bem claro no nome da ilustre advogada Mercedez Rodrigues, membro do Governo Sarney.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só gostaria que V. Exa. me explicasse por que V. Exa. escolheu o PMDB para se eleger?

 

O SR. WERNER BECKER: Eu explico a V. Exa. por que eu escolhi o PMDB: porque eu fui trouxa como todo o brasileiro que acreditou no PMDB. V. Exa. já era mais vivo, mais esperto, sabia que era um cheque sem fundo. Eu diria ainda mais a V. Exa. que todo o povo quer saber por que o povo todo acreditou no Plano Cruzado. Eu gostaria de saber e gostaria que V. Exa. explicasse por que todo o povo brasileiro acreditou no Dr. Antônio Britto de que o Presidente Tancredo Neves estava vivo, quando ele já estava morto, embalsamado. Este erro eu não cometi sozinho.

Ver. Flávio Coulon, só os muitos espertos acreditaram no PMDB e continuam acreditando nele, porque para esses muitos espertos, que não são maioria, ao contrário, uma minoria do povo brasileiro, o PMDB continua dando lucro.

É só, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais “quorum” para continuidade dos trabalhos da Ordem do Dia, registrem-se as presenças dos Vereadores Artur Zanella, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Flávio Coulon, Jussara Cony, Lauro Hagemann e Werner Becker.

 

(Levanta-se a Sessão às 19h20min.)

 

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